Ora viva
amigos, leitores e seguidores…
Havia
bastante tempo que não publicava nada, não que tivesse abandonado o blogue, mas
por outras inúmeras razões que não vale a pena aqui perder tempo a falar delas,
aproveito para agradecer a todos os que me enviaram mensagens por estranharem a
minha ausência no blogue e nos grupos de pesca.
Bom, mas para não me alongar demasiado que isto dava pano para mangas como se costuma dizer, vamos lá ao relato então…
Para mim
esta tem sido a temporada que menos vezes tenho ido à pesca, pouco ou quase
nada diga-se de passagem, por várias razões como já o disse anteriormente.
Desta vez
seria mais uma oportunidade que me passaria ao lado por causa do frio extremo
que se fazia sentir naqueles dias, mas com um novo confinamento à porta (de
“certa forma” por culpa dos otários que nos governam) e sabe-se lá até quando,
então tive de escolher, ou enfrentava as noites geladas ou arriscava-me a não
pescar mais este Inverno, sei lá eu o que aí vem.
O Mar baixava
na semana mais fria do ano em Portugal e dos últimos anos em alguns sítios da Península
Ibérica, o destino assim o quis, mas há alturas na vida em que o destino tem de
ser contrariado, e esta era uma delas, enquanto o País dormia abrigado do frio
eu esperava dentro do saco cama na carrinha que se fizessem horas de atacar no
spot que tinha escolhido logo pela manhã bem cedo, a palavra conforto não pode
fazer parte do vocabulário de um verdadeiro pescador de Inverno.
Enquanto
descia apercebi-me que o mar tinha um toque a mais do que eu esperava, com os
supostos pontos quentes marcados na minha memória naquela manhã já sabia onde
iria apostar quando fossem horas, mas antes tinha de abastecer o estomago com
uma comida bem quente e um copo de vinho, com o passar das horas a noite pediu-me
para reforçar o agasalho e eu obedeci.
Depois disso comecei o ritual do lança aqui e lança ali, trocava de amostra para ver se eles queriam alguma até que senti qualquer coisa na ponta da linha e fiz uma ferragem forte, mas era apenas um robalito que talvez já tivesse a desavergonhada medida mínima estabelecida por lei, era pequeno mas estava roliço o magano, lá foi ele à vida dele e eu continuei na minha a tentar não congelar as mãos com o frio, mais tarde tive um novo ataque mas este tinha outro poder e a musica era diferente, peixe ferrado e cana completamente dobrada, olhei para o céu que transbordava de estrelas e disse em voz alta (Agora sim, é disto que eu gosto) foi como se uma “Lua de Mel” tivesse começado, concentrei-me ao máximo para viver aquele momento de prazer sem fazer nenhuma asneira.
O velhaco que logo de início me pareceu ser da classe dos "pesos pesados" insistiu que queria ir para a direita e eu como não sabia o que estava do outro
lado da linha e nem como estava ferrado tive que dar o benefício da dúvida e
acompanhei-o, em boa hora o fiz, pois o bicho estava bruto e recusava-se a vir para terra, mas com calma lá meti o animal em seco e fiquei
deslumbrado a olhar para aquele velhaco gordo, o frio por instantes
transformou-se em calor, a noite estava ganha e a viagem tinha compensado, um
misto de sensações boas que me fizeram acreditar mais uma vez que só apanha
quem lá vai e que no conforto de casa não sai nada.
Depois de o
guardar na saca voltei à carga mas não senti mais nada, entretanto a maré já
estava numa altura que não me agrada muito e resolvi dar por terminada esta
jornada com um belo Robalo gordo de quase 6 kg dentro da saca, adoro pescar ao
surfcasting mas desde que apanhei o meu primeiro grande ao spinning a pesca
nunca mais foi a mesma coisa…
Muito mais
tinha eu para dizer ou escrever aqui, mas não vos quero maçar muito.
Agora não
sei quando voltarei a ir à pesca novamente, palpita-me que a temporada acabou, a cada ano que passa há mais
entraves a juntar às difíceis e escassas boas condições, agora até horários
para andar na estrada e ficar em casa já temos, uma sala de aula com vinte ou trinta alunos não faz mal, um gajo ir sozinho à pesca é que está mal, enfim... Deu para matar
saudades deste estilo de vida que eu tanto gosto e com o brinde de apanhar um
belo peixe.
Haja saúde
para todos vós e não deixem lixo nos pesqueiros, portem-se bem.