“Surfcasting”
Boas
pessoal!
Este tem
sido um Inverno à antiga como há muito não se via aqui na costa sul do sul,
ondulações e ventos por vezes fortes do quadrante certo que castigam e mastigam
as praias, tormentas que remexem os fundos e deslocam peixe e comedia, são
condições de ouro e que não se podem perder.
Neste dia
havia um almoço de família, mas comigo a pesca está sempre em primeiro lugar,
os bons dias de pesca não são quando eu quero, são quando a mãe Natureza quer,
por boas condições às vezes espero durante semanas ou meses, não deixo que nada nem ninguém me roube esse dia a não ser por uma questão de saúde urgente…
O dia
começou cedo, antes de clarear já estava no spot escolhido, aproveitei para
fazer um café na carrinha e queimar alguns minutos enquanto a maré ainda vazava,
pois tinha de caminhar bastante e atravessar um regato pela ria até chegar à
costa, esperei cinco minutos para poder passar mais à vontade, cinco minutos
pode parecer pouco, mas por vezes faz a diferença entre molhar ou não aquele
testículo que está mais descaído e que dá um desconforto do caráças 😆😆
No Mar quer
eu olhasse para a direita ou para a esquerda estava lá escrito Sargos, os
primeiros lançamentos deixaram-me aliviado, pois a ausência de limo era uma mais-valia
para a pesca correr minimamente bem, com as duas canas montadas e a pescar
neste dia direcionadas apenas aos Sargos lá começaram a sair uns pequenotes que
iam sendo devolvidos, nesta primeira fase da pesca guardei apenas os dois peixes mais pequenos deste dia…
Na pesca
como em tantas outras coisas da vida sempre gostei de pôr em prática as minhas
ideias, umas vezes calha bem outras nem por isso, há mais de vinte anos atrás
por intuição minha comecei a usar alguns iscos que achei que fizessem a
diferença em distintos cenários de pesca, embora nos dias que correm já não haja muito para descobrir ou inventar mas as ideias na minha cabeça continuam a
germinar, tal como há mais de vinte anos atrás, umas vezes corre bem outras nem
por isso…
Nesta fase
da maré o mar estava aprumado, digo do tamanho ideal e o vento do quadrante
certo com pouca intensidade, tudo indicava que estava na hora de aparecerem uns
Sargalhões para animar a festa, pois não demorou muito até começarem a sair uns
de boa bitola…
Este foi o
primeiro Sargalhão a trocar o seu habitat natural pelo conforto da minha
geleira 😄😄
A seguir
veio mais outro kileiro e a ruama teimava em estragar-me a pesca, devorando as
iscas que eu lançava ao mar, para apanhar um Sargo bom tinha de ser logo nos
primeiros instantes que a chumbada tocava no fundo, se não fosse assim as
piranhas não davam hipótese alguma…
Tive ali uma
fase de bastante actividade e muito atarefada que não dava conta de lançar e
puxar as duas canas, ou vinha peixe para guardar ou devolver ou então só vinha
o elástico no anzol, acho que naquele momento se me apontassem uma arma à
cabeça e dissessem (as canas ou a vida) eu respondia; leva a vida porque eu agora
preciso das canas 😆😆
Estes foram
os Sargos que guardei para trazer comigo, três deles maiores do que uma garrafa
de 1,5L e ainda uma baila que saiu na ultima cana que recolhi e já não ficou na
foto de grupo, se não fosse a “ruama” podia ter feito uma pesca daquelas memoráveis,
mas também se houvesse limo tinha vindo com uma mão na frente e outra atrás
como já aconteceu várias vezes, custa muito saber ou presumir que estão lá uns
Sargos bons para apanhar e o limo não deixar pescar, é uma sensação de
impotência que não há volta a dar a não ser arrumar tudo e voltar para casa e lavar
o material sem ter pescado…
Esta foi uma maré de lingueirão
Bom pessoal
hoje despeço-me assim porque um gajo também tem de comer alguma coisa, atão 😊😉
Haja saúde
para todos vós, força aí…