sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Já era Tempo...

“Spinning”

Boas pessoal!

Espero que se encontrem todos bem, ou pelo menos dentro dos possíveis porque isto na vida nunca está tudo bem e temos de nos adaptar às circunstâncias, aos problemas e dar a volta à situação da maneira que esteja mais ao alcance de cada um…

Certamente alguns de vocês já se teriam questionado se eu deixei de ir à pesca ou de publicar aqui no blogue, pois nem uma coisa nem outra, a cada ano que passa tenho começado a minha época de pesca mais tarde e este ano não foi excepção, por vezes há outras prioridades e nada como a balança para as pesar e decidir o que será mais proveitoso em benefício de cada um, enfim…

Depois de levar uns valentes chibos no surfcasting e no spinning, ou melhor dizendo com alguns peixes devolvidos mesmo com medida e outros sem, umas vezes por falta de actividade por parte do peixe e outras pelo facto de alguns poucos mas belos fundões estarem recheados não de pedra como era habitual antigamente mas sim de limo em zonas onde nunca tinha acontecido já nesta altura do ano, os Robalos não andavam lá mas a sombra deles está sempre presente (eu) e se os velhacos pensam que a vida é um mar de rosas estão redondamente enganados 😉

Voltando ao assunto do limo e falando por mim confesso que a meu ver neste momento o pior inimigo na pesca é sem duvida as quantidades monstruosas de limo que aparecem em certas zonas e jogam toda uma jornada e horas de logística por água abaixo já para não falar no investimento em combustível e isco, os problemas de há uns anos, tais como a falta de condições dos pesqueiros ou por excesso de areia ou a falta dela eram um problema, isso passou a ser o 2º problema, porque o 1º neste momento é o limo, pelo menos aqui no Sul do Sul…


Bom mas por enquanto baixar os braços não é solução e há que arranjar vontade e força para continuar a atacar e esperar por aqueles dias de glória e perfeitos que hão de vir certamente, pelo menos a experiencia a mim diz-me que sim.

Por isso voltei novamente a programar nova investida e lá fui eu procurar algum Robalo perdido que andasse por aí e já no pesqueiro escolhido em acção de pesca de um momento para o outro senti que estava no paraíso, pois tudo o que eu gosto nesta vertente de pesca estava a acontecer, um dos meus spots favoritos sem ninguém, mar bom, vento de feição, céu tapado e um Robalo preso na ponta da linha que embora não fosse grande soube-me tão bem como se fosse o primeiro da minha vida, só faltava mesmo uma Sereia loira de olhos azuis para me fazer companhia o resto da noite, mas isso já era pedir muito eu sei e para além do mais ainda tinha uma investida para fazer pela calada da noite num outro spot e não me dava jeito ir com a moça a reboque 😂😂😂

As saudades que eu tinha destas pedras e do cheiro desta maresia

Já na 2ª investida na mesma noite mas em outro spot fui recebido por um mar nobre e suave com uma cadência certa que me dava as boas vindas, alguns de vocês questionam-se (então e porquê que o gajo não faz a noite toda no mesmo sitio) a resposta é simples; porque há pesqueiros que eu acho que os robalos encostam mais de vazante e outros que eles encostam mais de enchente, não é uma regra para seguir à risca até porque isto na pesca não existe uma ciência exacta, embora haja certas coincidências que ao longo destes anos todos começo a acreditar que até batem certo 90% das vezes.

Desta vez não foi um robalo mas foi a sua prima irmã, uma linda e bela baila que depois de se sentir presa deu umas boas carreiras tal como é habitual desta espécie bastante energética e brincalhona…

De repente começaram a cair umas pingas e um estrondo vindo do céu anunciava recolher obrigatório e com a trovoada eu não brinco, infelizmente faziam-se horas de abandonar a minha zona de conforto rodeado de pedras húmidas e escorregadias abraçadas pela escuridão da noite e voltar para a selva da sociedade moderna e consumista.

O peixe não foi muito mas valeu a pena pelo cheiro da maresia, pelo passeio, pela paisagem e até pela visita da raposa velha e matreira mas que a mim já não engana, pelo menos ao spinning não me rouba o isco. Nas minhas idas à pesca o objectivo não é só apanhar peixe, embora esse seja o principal, mas todo o envolvente é importante e serve me de terapia…

Pesqueiro à Rambo

Um dia destes juntei me com a malta dos barcos 😆😆 e fomos comer umas Big Tostas, estes moços conhecidos de alguns de vós desde que se habituaram a pescar com o cú dentro do barco nunca mais quiseram outra coisa 😂😂 abraço aos amigos Cristóvão e João Santana...


Bom mas se as escamas não são muitas já as cascas são bastantes e de boa bitola 

Foi uma boa maré de búzios

Volta e meia lá pelo meio dos búzios lá aparecem umas santolas

O berbigão também já não é o que era, mas volta e meia lá se apanham umas cascas para fazer o xarém

Chocos apanhados à mão quando vou aos búzios, vou juntando para fazer uma pestiscada porque isto um gajo também tem de comer alguma coisa😄😋 atão 

Bom pessoal por hoje é tudo, vou tentar ser mais regular nestes meses de Inverno, para me entreter a mim e alguns de vocês.

Saúde e força aí…


 

quinta-feira, 7 de março de 2024

Um Adversário chamado Limo

“Surfcasting”

Boas pessoal!

Um dia destes programei uma investida de surfcasting direcionada aos Robalos, então na solidão da noite escura enquanto o povo dormia dirigi-me ao pesqueiro para fazer a hora da maré que me agradava, mas com a preocupação de que lá estivesse o meu maior adversário da pesca neste momento (o limo).

Acontece bastante ficar semanas à espera de um mar bom para pescar, mas a maior parte das vezes é uma espera ingrata, pois quando o mar mexe um pouco o limo encosta e não deixa pescar…

Aos primeiros lançamentos madrugadores apercebi-me que o meu adversário estava presente, o que já é normal, um dia anormal por aqui no sul do sul será aquele dia em que as condições estão reunidas e não há limo, mas isso passou a ser uma miragem. Durante um bom par de horas insisti afincadamente e a cada recuperação alguns minutos eram dedicados a limpar a linha e a montagem que vinha sempre com aqueles “enfeites magníficos” e foi num desses lançamentos que tive a sorte da montagem cair perto deste velhaco e assim que virei as costas à cana já ela estava dobrada, com estas condições só mesmo assim é que se pode apanhar algum peixe, pequei na vara e logo senti que tinha ali um bom Robalo, (digo tinha) porque até ele me chegar às mãos não é meu e sim do Mar.

Numa recuperação lenta e cuidadosa para não cometer erros, aos poucos fui trazendo o velhaco até mim, já no final mostrou alguma teimosia em abandonar o seu habitat natural, mas uma vaga atraiçoou-o e empurrou um pouco para terra, eu estava atento e aproveitei aquela preciosa ajuda para o meter em seco, desta vez o Mar foi meu amigo e entregou-me o troféu que foi mais do que merecido…

Cerca de 1 h mais tarde e já com os primeiros alvores do dia a fazerem-se sentir o lixo tornou a pesca impossível e eram horas de começar a arrumar o material…

Até já tenho pesadelos com o limo, no outro dia acordei a meio da noite todo suado a pensar que tinha as pernas cheias de limo, até debaixo da cama havia limo aos montes 😓

No entanto volta e meia tenho feito umas marés para o petisco

Lingueirão

Lingueirão + Ameijoinha

Ameijoinha

Lingueirão aberto

Caldeirada de marisco à Lobo, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão 😋

Um aperitivo enquanto a caldeirada apurava

Depois de alguns petiscos sem termos feito qualquer registo fotográfico desta vez não passou em branco, o Cristóvão (Mata Chibos) Eu e o João Santana, todos nós pescadores e blogueiros que por acaso nos conhecemos neste mundo dos blogues e da pesca, combinamos meter a conversa em dia, beber umas cervejas e comer umas bigtostas de frango, um gajo também tem de comer alguma coisa atão 😉

Por hoje é tudo pessoal, haja saúde e até à próxima...


 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Ruama & Limo

“Surfcasting”

Boas pessoal!

Há uns dias atrás em que o Mar andou bem mexido aqui no sul do sul, resolvi aproveitar uma aberta que acontecia numa viragem das condições meteorológicas, depois do plano traçado desafiei o meu amigo Zé para me acompanhar nesta jornada que supostamente começava tranquila mas que acabaria no limite das condições para se conseguir pescar, pelas minhas contas tínhamos cerca de 4 horinhas propicias a dar uns Sargos, restava saber se eles iam colaborar…

Quando chegamos ainda bem cedo as temperaturas elevadas para a época durante aqueles dias convidaram gente a mais para o nosso gosto a irem à praia e logo no caminho para o spot cruzamo-nos com um gajo todo perfumado de óculos brancos e uma t-shirt cor-de-rosa a dizer “Love”  (porrrrra era o que faltava, ainda não montámos as canas e já as bruxas “andem” aí) resmunguei eu…

Ainda era cedo e já tínhamos tudo pronto para a festa, o Zé fazia alguns lançamentos para apalpar terreno e ver se havia limo, apesar de alguma palha pescava-se bem nesse aspecto, o problema era a ruama que estava presente na praia e não dava hipótese a que um peixe de melhor qualidade chegasse perto do isco, quando não é do cú é das calças, este Inverno tem sido complicado fazer uma jornada de surfcasting em perfeitas condições…

Passaram algumas horas e ao entardecer o sol foi abafado pelas nuvens que vinham do quadrante oeste, entretanto a temperatura já baixava e pedia-nos um agasalho, equipámo-nos a rigor e aproveitamos para comer alguma coisa na esperança que a ruama se fosse deitar na hora do vitinho…

O Mar dos últimos dias tinha tirado muita areia e ao mesmo tempo trouxe de tudo um pouco que depositou ao longo das praias, neste caso encontrei uma camara de filmar que para meu espanto estava em perfeitas condições quando a retirei da caixa estanque…

O tempo fechava-se e escurecia a cada minuto que passava, não tardou a chegada da noite e do vento incomodativo que as previsões anunciavam, as próximas horas pediam dedicação e trabalho para tentar chegar a algum resultado satisfatório…

A ruama apesar de ter diminuído a actividade e o apetite não desapareceu por completo e o pior pesadelo (o limo) chegava por correio azul para se juntar à festa, dois obstáculos difíceis de contornar começavam a ditar a sentença…

Ambas as canas dançavam um balé sincronizado ao som do vento, os Sargos apareceram para comer à hora que eu tinha previsto e com muito trabalho e dedicação lá foram saindo uns kileiros e outros de boa bitola também, alguns de menor tamanho iam sendo libertados, foram 3h sem ter qualquer contacto com o meu companheiro que pescava apenas a 20 m de mim, a actividade das piranhas que ratavam as iscas rapidamente e o limo que me fazia perder bastante tempo obrigavam-me a ter as canas mais tempo fora de água do que a pescar, com o avançar das horas a noite começava a mostrar a sua cara de poucos amigos, entretanto o som da trovoada já rasgava o silêncio do céu negro e ao fazermos o ponto da situação decidimos que era hora de dar por terminada esta jornada num momento em que a Mãe Natureza anunciava fazer uma entrada em grande…

À minha conta e apesar de todas as adversidades ainda consegui juntar uns Sargos velhos, se não fosse a ruama e o limo com certeza tinha sido mais um dia daqueles.

Aproveitei para apanhar um mariscote por aqueles dias também

Aqui não há limo que me vença

Berbigão negro

Num outro dia em que o mar não me deixou pescar por causa do limo, arrumei as canas e fui apanhar o petisco na maré vazia antes de vir embora, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão!!! 😉

Saúde e força aí pessoal...


 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Indecisão

“Spinning”

Boas pessoal!

Este relato já vem com uns dias de atraso, o tempo tem sido pouco para estas coisas e quando há tempo falta a inspiração e vontade para escrever, mas desta não passa…

Depois de algumas semanas de defeso forçado o Mar nesta zona onde tudo se passou finalmente dava uma trégua e logo comecei a programar qualquer coisa, só não sabia se ia ser surfcasting ou spinning, mais uma vez pairava aquela (Indecisão) que me atormenta tantas vezes mas depois de medir os prós e os contras na balança quem ganhou foi a vertente de spinning, então vamos lá mandar umas amostras e ver se desamarro este chibo que carrego às costas que já levava umas semanas…

Neste dia o instinto de pescador de spinning fez-me insistir lançando mais uma vez e outra vez, agora aqui neste fundão e depois por cima daquela coroa, já agora mais um lançamento do lado de lá daquela pedra, quantas e quantas vezes isto acontece na pesca ao spinning que oferece um universo de sensações, aventuras e experiencias boas e más…

Depois de pesquisar e observar onde ia apostar decidi fazer a pesca no aceio da tarde e noite adentro, após algumas paragens e mudança de amostras heis que uma Sra. Baila prega-me um ataque fulminante com uma energia que até me assustei, um lindo peixe que depois de uma bela luta acabou por sucumbir aos meus pés, foi uma das maiores bailas que apanhei até hoje e acusou 1.3 Kg

Tinha fé nesta cor da Leika Killer mas apesar de já ter ido a banhos anteriormente ainda não tinha tido oportunidade de a explorar como devia ser e alguns lançamentos mais tarde levei outra potente mocada e logo reparei que tinha um peixe diferente a tentar livrar-se da amostra, instantaneamente lembrei-me do último velhaco que perdi que com certeza seria bem maior do que este, apesar de tudo este peixe teimoso e com uma personalidade forte que se debateu com todas as suas forças mostrou ser um verdadeiro guerreiro, mas desta vez quem ganhou foi o pescador pois a sorte não pode estar sempre do lado do peixe…

Material utilizado:

Cana: Hunthouse Puncture 2,73m

Carreto: 4500

Multi: 0,18

Amostra: Leika Killer 16,5 cm


O tempo passou e estava na altura de saborear ao relento uma bela comida que tinha levado de casa para aquecer e jantar depois da pesca e acompanhar com um, dois ou três copos de vinho, sim porque um gajo também tem de comer alguma coisa e não pode beber só água, atão 😊

E de seguida resolvi fazer um prolongamento e amaciar a digestão com mais qualquer coisa 😉

Na manhã seguinte o dia estava lindo mas mostrava me cara feia, tal e qual aquelas mulheres lindas que fazem cara feia como que anunciando problemas e o melhor é um gajo dar à sola antes que venha caspa da grossa e foi o que eu fiz…

Saúde e força aí pessoal...


 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Bailas Solitárias

“Spinning”

Boas pessoal!

Hoje aproveito para deixar aqui o registo de duas jornadas de spinning em que os Robalos não vieram comigo para casa, mas ainda apareceu a prima Baila, um peixe que eu gosto muito de pescar e também de comer.

Um dia destes com alguma vontade de pescar fui jogar umas amostras contra o mar, fiquei num sítio em que as ondas do set caiam sobre um cabeço e vinham ressacar num fundão que estava relativamente perto de mim, uma feição que achei interessante e decidi ficar por ali. Um spot com todas as condições para se apanhar uns peixes mas que no final apenas esta Baila jeitosa mas solitária acabou por vir comigo, ainda tive um outro peixe por alguns segundos mas desferrou e foi à vida dele, pareceu-me ser pequenéco…

O limo é mais um obstáculo que veio para ficar e para se juntar a muitos outros que já existiam na pesca e que cada vez tornam esta modalidade mais complicada de se praticar em boas condições…

Material utilizado:

Cana: Hunthouse Puncture 2,73m

Carreto: 4500

Multi: 0,16

Amostra: Átila


Quando cheguei à carrinha tinha alguém à minha espera, disse-lhe logo “aqui não te safas que a pesca foi fraca”

A pesca foi fraca mas um gajo tem de comer alguma coisa, atão!!! quando cheguei a casa ainda vim a tempo de comer uma caldeirada de berbigão que tinha feito no dia anterior…

2ª Jornada

Desta vez fiz uma viagem de 2h depois do jantar para apanhar menos trânsito e cheguei ao pesqueiro de noite, amalhei-me na carrinha como costumo fazer tantas vezes, às 3h da manhã toca o despertador e o vento de leste gelado tirava-me a vontade de sair do saco cama e quase que conseguia se não fosse o velhinho pensamento de guerra “És um Lobo ou és um rato!!!?” e quando dei por mim já estava lá fora com o CD mágico a tocar.

Um café com uns bolinhos de amêndoa e um medronho ajudavam a aquecer o motor e às 4h certinhas deixava a carrinha para atacar qualquer coisa que tivesse naquele pesqueiro.

Só não estava à espera que ao primeiro lançamento uma coisa qualquer viesse brincar com a minha amostra, brincar como quem diz, ao início pensei que fosse uma baila com aqueles característicos toques nervosos e nem me importei com o drag, mas de repente aquela coisa obrigou-me a dar uns passos em frente com uma investida que parecia não ter fim e quando ia abrir um pouco o drag o peixe mudou de rumo e vem em direção a terra, recuperei o mais rápido que consegui para tentar acompanhar e por momentos até parecia que tinha desferrado mas não, e nisto o peixe ganhava novo folgo e lá vai ele outra vez para fora sem pedir licença levando forçadamente uma boa mão cheia de metros de multi e de repente deu-se um vazio e o pior pesadelo acontecia de novo……………… Nem queria acreditar, quando a amostra me chegou às mãos tinha duas fateixas de qualidade (das mais afamadas) abertas.

Respirei fundo com uma sensação de vazio e frustração, as pernas perderam a força e ajoelhei-me sem querer ficando a olhar para aquele o céu estrelado que testemunhou tudo o que ali acabara de se passar, tudo isto aconteceu por volta das 4h da manhã enquanto a maior parte das pessoas deste País dormia…

É frustrante perder Grandes Robalos assim, mas ao mesmo tempo dá-me alento por saber que ainda existem, nesta temporada que já vai longa, este foi o maior que perdi até agora…

Parece mentira mas depois de ter sido recebido daquela maneira ao primeiro lançamento seguiram-se um par de horas sem sentir um único peixe até ao amanhecer quando apareceu esta bonita e solitária baila que tentou alegrar-me mas que não conseguiu fazer-me esquecer o que acontecera umas horas antes…
Material utilizado:

Cana: Hunthouse Puncture 2,73m

Carreto: 4500

Multi: 0,18

Amostra: Átila


Naquele dia resolvi comer baila cozida

Com um copo de vinho ao lado é claro, não vá um gajo engolir alguma espinha 

Quando se dorme na carrinha e se levanta às 3h da manhã, depois do almoço sabe sempre bem fechar os olhos um bocado, mesmo com o acontecimento recente ainda presente na minha mente a todo e qualquer instante, enfim…

Bom pessoal por hoje é tudo, fica aqui mais uma história neste blogue que já é parte de mim, saúde e força aí...


 

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Limo = Defeso

“Surfcasting”

Boas pessoal!

A essência de escrever e contar uma jornada de pesca aqui no blogue é para mim muito mais do que fazer uma boa pescaria ou pescar um grande troféu e postar de qualquer maneira em outras redes sociais sem saber transmitir aos amigos e seguidores o prazer que deu viver tal momento, momento esse que pode ter sido bastante especial e que passados uns dias cairá em esquecimento, eu próprio fico maravilhado quando leio algumas das minhas jornadas de pesca com vários anos que estão guardadas aqui no blogue e com momentos que já nem me lembrava…

Este é um relato que quase não partilhava, mas quis aproveitar as fotos que tirei e gravar aqui um dia que não foi nada mas que tinha tudo para ser um daqueles dias memoráveis se não fosse o limo a agoirar-me a pesca.

Com um mar do quadrante sul aqui no sul do sul, comecei a fazer planos e programei algumas jornadas de surfcasting que ao longo da semana foram sendo alteradas e adiadas devido à mudança das previsões que se alteravam a cada dia, chegou a uma certa altura que já tinha a cabeça virada do avesso com tanta alteração.

Naquele dia quando cheguei ao sítio escolhido reparei que uma antiga duna que lá havia tinha sido violada pelo Mar sem dó nem piedade, quando olho para a areia estava repleta de limo ao longo da praia, logo me apercebi que ia ter um dia impossível ou na melhor das hipóteses bastante difícil de pescar, o limo nos últimos anos tem sido um autentico defeso natural e uma grande dor de cabeça para nós pescadores de Surfcasting…

A pesca não é uma festa, é uma guerra, e esta foi mais uma batalha difícil de encarar, o mar neste dia já era pouco mas ainda tinha bastante corrente e as malditas algas permaneciam na praia e tornava-se impossível pescar, houve alturas em que as montagens e a madre ficavam cheias de limo em apenas dois minutos.

Pesquei apenas 1h mais ou menos quando a maré ainda estava parada e ainda guardei estes três Sargos, foram devolvidos dois palmeiros e depois disso foi o resto do dia praticamente com as canas fora de água, volta e meia lançava para ver se havia alguma novidade mas a resposta era negativa.

Lá consegui juntar uns pexecos para enfeitar a foto com um Sr.Sargo acima de kg, isto apenas em 1h de pesca, se tivesse pescado o dia todo com certeza teria sido um dia daqueles memoráveis, pois o peixe estava lá.

Desta vez levei o meu amigo Zé, parceiro de pesca há mais de 30 anos e volta e meia quando o bichinho desperta lá consigo arrastá-lo comigo, foi ele que me levou à pesca pela primeira vez na vida quando era puto, neste dia quase não pescamos mas tivemos tempo para falar de tudo e mais alguma coisa, até daquilo que não interessa hahaha…

Estava visto que não valia a pena insistir, pois de uma torneira de água fria dificilmente sairá água quente.

O Zé com a sua persistência ainda insistiu ao final do dia tentando manter a cana ao alto para o limo lhe pegar menos mas nem mesmo assim.

Chegou a hora mágica e a minha cana mantinha-se recolhida, ainda ficamos um pouco pela noite mas tivemos que nos render, neste dia quem ganhou foi a Mãe Natureza.

No dia seguinte fui fazer uma maré de berbigão para me vingar

Por hoje é tudo, haja saúde e força aí pessoal…