quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Nova Investida

“Spinning”

Boas pessoal!!

Pouco tempo depois da última jornada resolvi fazer uma nova investida ali perto daquele laredo, as condições eram propícias e não se podem desperdiçar, não me posso descuidar porque isto num abrir e fechar de olhos quando dou por mim está o Inverno passado, já levo uns aninhos disto e sei bem que é assim…

Com tudo pronto e verificado para não ter nenhuma surpresa desagradável dei início a esta jornada neste laredo onde em tempos já fui feliz, comecei a bater o spot da direita para a esquerda, decidi fazê-lo assim para começar onde já havia uma quota de água suficiente para poder trabalhar as minhas amostras, o mar neste dia tinha um toque e não pude apostar nas amostras pequenas de pouco afundamento como tinha pensado. Tinha talvez uma dúzia de lançamentos feitos quando tive o primeiro ataque ali já perto da borda de água, peixe energético que chocalhou à superfície quando foi ferrado, depois de uma boa brincadeira em que participámos os dois, eu e o peixe, acabou por vir ter aos meus pés, era uma bela e bonita Baila kileira, este ano têm aparecido umas Bailas bonitas e podiam aparecer mais se as pequenas fossem libertadas quando são pescadas por alguns garganeiros…

Com a primeira captura bem guardada no ceirão para ficar a salvo de alguma Raposa desavergonhada e faminta que andasse por ali nas minhas costas lá voltei ao ataque, por vezes e enquanto recupero uma amostra tento imaginar o que se passa no meio aquático, gosto de alternar as recuperações e imaginar que um Robalo cauteloso e desconfiado vem a seguir a amostra, e neste dia aconteceu isso mesmo, desta vez o ataque deu-se bem mais afastado e o peixe apesar de não ser nada de outro mundo deu-me uma prazeria do caraças trazê-lo até mim, este não tinha pintas, era um já bonito Robalo que foi fazer companhia à Baila que estava deitada no ceirão. Voltei à acção e meia dúzia de lançamentos mais tarde foi quando a maldição dos mares me tocou para me assombrar esta jornada através de um violento ataque mas que não ferrou, quase sempre quando isto me acontece parece que fico com o diabo às costas e já não apanho mais nada, o que se veio a confirmar mais tarde.

O insólito desta jornada é que o resultado foi exactamente igual ao da última pesca, a diferença é que ambas as capturas são maiores, estou a gostar de pescar com esta cana mas ainda continuo curioso para ver como se comporta com um peixe maior, com certeza há de ter a oportunidade dela mais cedo ou mais tarde, em relação à amostra desta vez foi a "Leika Killer" a responsável por ambas as capturas, penso que está aprovada no que diz respeito ao lançamento e uma vez que apanha peixe melhor ainda…

 

Material Utilizado

Cana: Hunthouse Puncture 2,73m

Carreto: 4500

Multi: 0,18

Amostra: Leika Killer (versão flutuante)


Na pesca não sonho apenas com os momentos vividos, mas também com aqueles que ainda vou viver, nunca sei quando vou ter uma boa surpresa ou recompensa, mas sei que tenho de estar preparado para as grandes derrotas…

Bom mas depois de subir aquele laredo deu-me cá uma foméca que arregacei as mangas e fui para a cozinha preparar alguma coisa à base de proteína para repor as energias gastas pelo esforço e consumidas pelo frio. Numa frigideira fiz uma cama de cebola e alhos com azeite…

De seguida misturei uns ovos mexidos com atum

E estava na hora de dar ao dente antes que arrefecesse, claro sempre acompanhado de um copo de vinho, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão!!! 😆😆

No dia seguinte aproveitei a manhã para secar o material e aquecer com um solinho enquanto ouvia os piscos a reclamar território no "território Lobo"

Da parte da tarde foi para passear e tirar ideias


Antes de vir embora ainda tive tempo para deixar o perímetro em volta da carrinha um pouco mais agradável…

Bom pessoal por hoje é tudo, com ou sem peixe as idas à pesca são sempre boas, aproveitem e não fiquem no sofá e nem na cama porque não imaginam o que perdem, não se rendam ao conforto nem ao comodismo, deixem essas coisas para as gajas 😆

Saúde e força aí.


 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Saudades do Spinning

“Spinning”

Boas pessoal!

O mar não tem colaborado como eu gostaria que fosse, a cada ano que passa as quebras de mar são em menor quantidade, os períodos muito mais elevados e durante mais dias, fica complicado programar alguma jornada por mais de um dia como eu gosto de fazer…

Mas apesar de tudo, um dia destes fui lançar umas amostras, coisa que já não fazia há muitos meses e que tanto gosto, para além disso tinha uma cana para estriar e umas amostras para experimentar, quando assim é o vício ainda aperta mais hahahaha


Depois de ter chegado à zona onde iria pescar e do local escolhido, naquela hora que eu achei que era melhor comecei a fazer lançamentos uns atrás dos outros para ver como se comportava a cana e algumas das amostras que tinha levado comigo pela primeira vez. Quando menos esperava e enquanto saboreava aquele ritual do spinning de que eu tanto gosto levei uma pancada à qual eu respondi com uma ferragem no mesmo instante, tinha um peixe preso e logo vi que não era nada grande mas muito energético, lembrei-me que podia ser uma balia e não podia estar mais certo.

Peixe guardado no ceirão e voltei aos lançamentos intervalados com a mesma amostra a ver se andava por lá mais alguma baila com o mesmo apetite, foi mais à frente que levei uma nova porrada e peixe ferrado novamente, mas desta vez não era nenhuma sarapintada mas sim o seu primo robalo que lhe foi fazer companhia no ceirão, depois disto não senti mais nada e já com pouca água no pesqueiro decidi dar por terminada a jornada.


São momentos como este que me dão ainda mais prazer de ir à pesca, mesmo que não apanhe nada…

Para a primeira investida ao spinning já me deu para matar o vício e as saudades que eu tinha desta pesca. A cana bastante leve e lançadora fez o seu trabalho na perfeição, embora ainda queira ver como ela se comporta com peixes de outra bitola, a amostra neste caso foi a “Atila” que achei bastante interessante para pescar em pesqueiros de pouca profundidade, em termos de lançamento para as suas 20g e seu tamanho de 13,5 acho que está na aprovada e logo com dois pexecos na estreia…

Material utilizado:

Cana: Hunthouse Puncture 2,73m

Carreto: 4500

Multi: 0,18

Amostra: Atila 


Bom mas depois da pesca ter terminado não podia descansar sem primeiro aconchegar a barriga que já estava a dar horas, uma sopa de alhos com uma empada e um belo de um tinto que o amigo João Santana me tinha oferecido caiu mesmo bem, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão 😂😂

A seguir foi uma água benta com uns figuinhos e umas amêndoas para amaciar a digestão

Com o avançar da noite surgiam os ruídos e barulhos estranhos, alguns que nunca soube o que são nem de onde vêm, a noite diz muita coisa mesmo que não se veja nada, que saudades que eu tinha disto com ou sem peixe…

No dia seguinte logo pela manhã era hora de meter o material a secar e aquecer com o sol matinal

Gosto das canas

Gosto do mar

E claro que também houve um tempinho para deixar o spot mais limpo

O meu vizinho da frente

Bom pessoal por hoje é tudo, o tempo tem sido pouco e este relato foi escrito à pressa para não deixar passar muito tempo…

Haja saúde para todos vós e não deixem lixo nos pesqueiros, força aí…

 

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

A 1ª da Época

“Surfcasting”

Boas pessoal!

Um dia destes resolvi fazer uma pesquinha a ver se ainda sabia mexer nestas coisas de anzois, linhas, nós, iscos e etc...

Farto de estar enclausurado e sufocado na selva de betão onde vivo rodeado de gente vaidosa que mostram ser aquilo que não são, nada melhor do que arrumar o ceirão com o material de que ia precisar e fazer-me à estrada.


O Inverno não está a começar mal de todo em termos de condições atmosféricas, na Costa Sul faziam falta uns mares acompanhados de chuva que tanta falta fazia ao Oceano para com ela levar os nutrientes que são fundamentais para o peixe tal como para o marisco de casca começar a rebentar aqui na Ria

À entrada da praia tinha uma bela pedra que a maresia tinha posto a descoberto e que me dava pela cintura, ideal para pousar o ceirão e começar a montar o material logo ali pertinho, nada disso; o poiso era bom mas o pesqueiro ali estava mau, a pressa e a preguiça são inimigas de uma boa pescaria, por isso achei melhor dar à perna e ir um pouco mais para o lado de lá que estava bem melhor do que ali, mesmo que tivesse de pousar o ceirão na areia, tento sempre escolher um spot que me dê para pescar o maior nrº de horas, mesmo que tenha de me deslocar uns 50 m para o lado devido à subida ou descida da maré…

Com as duas canas montadas comecei a pescar descontraidamente enfeitando os anzóis com umas iscas que tinha apanhado aqui na ria, alguns peixes mais esfomeados foram dando de sinal como que dizendo para mandar mais, dois robalotes sem medida foram devolvidos em perfeitas condições enquanto alguns peixes de boa bitola iam sendo guardados na saca e somados no final renderam uma meia dúzia de seis, não foi um resultado de sonho mas confesso que já tive dias bem piores, hoje em dia não se pode ser muito exigente, para mim se conseguir pescar sem corrente e sem limo já fico bastante satisfeito só de poder estar ali motivado e sempre na esperança de cravar um bom exemplar…

Como a comida que levei no ceirão era pouca resolvi mastigar devagar para dar para mais tempo (um gajo também tem de comer alguma coisa, atão) 😄😄😄

Depois de um bom descanso eram horas de arrumar tudo e voltar para a selva de betão

Enquanto esperava que a maré desse a volta aproveitei para apanhar algo que não deveria estar ali, não custa nada dar uma ajudinha ao nosso Oceano que é o berço dos nossos próximos Robalos e das nossas próximas pescarias e olhem que ele não nos deve nada, nós sim é que devemos a ele, lembrem-se disso…

Quando as marés vazam bem gosto de aproveitar e ir procurar uns búzios aqui na Ria Formosa

 Confesso que estou viciado em apanhar este marisco (acho que isso se deve a ter aprendido muito sozinho sobre os melhores locais e as melhores marés para os apanhar) tal como na pesca torna-se muito gratificante quando aprendemos com as nossas experiencias e pela nossa cabeça ao invés de andar a perguntar a A e a B na esperança de receber as melhores informações da maneira mais fácil…

 Lindos

 O dono das árvores que o vento não conseguiu jogar a baixo.

Bom meus amigos por hoje é tudo, gostava de fazer umas pescas por outras paragens mas (infelizmente ou felizmente) o grandioso (não deixa ou simplesmente não quer) mas ele é que manda e nada mais há a fazer a não ser esperar, ser paciente dará os seus resultados…

Saúde e força aí pessoal...

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

ON

Boas pessoal!

Durante longos meses andei afastado destas lides da pesca, muitos são os motivos que na vida nos obrigam a permanecer afastados daquilo que mais gostamos de fazer. Desde já quero agradecer a todos aqueles que me contactaram em privado a perguntar o porquê desta grande ausência e demora em voltar a escrever aqui no blogue…

Hoje para começar não me vou alongar muito, até porque nem tenho nada para contar, mas espero ter oportunidade de programar umas jornadas de pesca, sejam elas na vertente de spinning ou surfcasting.

 Mandei vir uns brinquedos novos (Cana de Spinning e umas amostras) para despertar o vício do spinning e para preencher alguns lugares vazios que tinha na minha equipa de amostras.

Aproveito para agradecer à HuntHouse a rapidez e a atenção que me prestaram, assim como o cuidado que tiveram no embalamento do material que chegou em perfeitas condições…

Deixo aqui o link da loja para alguém que esteja interessado possa dar uma espreitadela: https://hunthouse.pt/index.php?route=common/home

Haja saúde e força aí pessoal...




 

quarta-feira, 29 de março de 2023

Dias Sofríveis

“Surfcasting”

Boas pessoal!

Com a temperatura a aquecer e o mau tempo a instalar-se (calor e dias de sol) começo a perder a vontade de programar jornadas de pesca, no entanto decidi reunir umas fotos do mês passado que tinha e publicar qualquer coisa.

Neste dia decidi fazer uma pesca à antiga ao Reboliço nos lavadiços e entrilhados de pedra com o pensamento nos Robalos, mas este foi o único que apareceu para vir comigo. Nos últimos anos sinto que se vai perdendo a verdadeira essência de como se pescava por estas bandas em outros tempos, quando era puto e vinha para aqui ficava curioso olhando quando ao final do dia me ia embora da praia e via os velhos a chegarem com os seus canelões para fazerem a noite ou parte dela, aos poucos iam desaparecendo no meio da bruma sem nunca mais darem sinal de vida e muito raramente acendiam uma luz que se visse ao longe, não é que eu seja contra a evolução na pesca, só acho que não se deviam perder os hábitos de como se pescava por estas paragens em outros tempos em que o pescador era o ícone principal.

Mesmo nos dias maus de pesca aprendo sempre qualquer coisa que será útil para alguma jornada no futuro, Sargo kileiro

Duas Sarapintadas numa noite em que o Mar tinha tudo para dar peixe, mas não quiseram aparecer...

O peixe pode ser pouco mas já o lixo há sempre para apanhar.

Verde e amarelo

Cheirosas

Sempre que venho para estas bandas faço questão de parar nesta pastelaria que serve umas fatias de bolo à maneira 😋

O obectivo da última jornada era mesmo este, fazer um assalto ao faval do costume para completar a viagem, não sei se o velho achou piada mas um gajo também tem de comer alguma coisa, atão  😆😆

Na semana passada aproveitei para fazer as marés grandes aqui na Ria e neste dia encontrei um cantinho forrado de lingueirão (isto é melhor do que achar o tesouro do Ali babá) ainda apanhei meia dúzia até acabar o sal.

Quando o sal acabou ainda tive tempo de procurar uns búziozécos enquanto a maré deixou…

Pois é meus amigos, por hoje é tudo, a vontade de fazer muitos kms para pescar onde eu gosto começa a escassear.

Saúde e força aí…

quinta-feira, 16 de março de 2023

Dois dias no Território Lobo

“Chumbadinha”

Boas pessoal!

Desta vez decidi fazer um relato um pouco diferente mas com a mesma essência, a diferença está na apresentação do peixe que fotografei apenas quando estava a prepara-lo para o almoço no melhor restaurante do mundo.

Há uns dias atrás cansado e farto da vida na cidade resolvi ir passar dois dias a uma zona de que eu gosto muito, fui com o pensamento em apanhar algum peixe e papá-lo lá como fazia antigamente, são estes dias de isolamento que eu gosto de passar e viver ao ritmo da Natureza e com o telemóvel sempre desligado.

Tudo começou já o sol tinha despertado, o mar estava de mau humor neste dia para pescar junto a ele e decidi fazer uma pesca à chumbadinha em altura a pescar do cimo da falésia. Um velhote rijo com ar de astuto passou por mim com o seu ceirão às costas e uma cana telescópica atravessada mas foi para o lado contrário que eu tinha em mente, eu fui preparado para algum robalo que por ali andasse e tive a felicidade de safar um já porreiro para acender o fogo, depois veio outro um pouco mais pequeno e a queimar a medida, ainda pensei em devolvê-lo mas àquela altura não arrisquei, pois o mais certo era bater lá em baixo e ficar a boiar e depois nem para mim nem para o mar, os sargos eram poucos e pequenos; ainda apanhei dois mas foram devolvidos, já tinha 2kg de robalo era mais do que suficiente para o que eu pretendia.

Em spots como este escondidos no meio da vegetação e de difícil acesso através de trilhos têm a sua magia e até se consegue saborear a Natureza…

A hora de almoço já ia longe, mas quando estou aqui a única hora a que presto atenção é a da maré e como não tinha pressa orientei a minha vida nas calmas, mudei-me para outro local mais refundido e depois do peixe amanhado em cima de uma pedra com água do mar meti-lhe umas pedrinhas de sal e tapei-o, entretanto ali num cantinho abrigado do vento fiz um fogo com alguma madeira trazida pelo mar e orientei um fogareiro com umas pedras.

Tive a fazer de guarda para que alguma chama mais desavergonhada não me queimasse o almoço, ora assava mais de um lado ora assava mais do outro mas com calminha a coisa foi-se ajeitando.

O almoço foi servido mesmo na grelha onde me deliciei com lascas de robalo, barrigas e ovas; peixe, pão e vinho, foi até cair de cu 😄

Com a barriga cheia e alguma preguiça nas pernas lá guardei as coisas na carrinha e fui dar um passeio, a Primavera já se mostra em dias de sol…

A Primavera instala-se a passos largos, é a estação do ano que menos gosto, não é nem carne nem peixe…

Claro que não consegui comer o peixe todo no mesmo dia e guardei umas belas poupas na arca, no dia seguinte piquei uns coentros juntamente com quatro alhos e juntei duas colheres de azeite, deixei ferver e meti o peixe por cima, com um pão e dois copos de vinho nem vos digo nada, soube-me pela vida este jantar acompanhado do silêncio da noite que por aqui é único. 

Regra nº1 deixar o pesqueiro sempre mais limpo do que o encontrei, neste caso foi logo ali junto à carrinha que começou a tarefa…

Dias como estes passados por aqui onde o mar abraça as rochas e beija as falésias consigo viver coisas tão boas que por vezes quase que são esquecidas neste mundo excessivamente moderno em que vivemos, onde tanta coisa simples e boa quase que deixa de fazer sentido para a maioria das pessoas.

Saúde e força aí pessoal...