quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Dia de Tempestade

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Espero que tenham passado um bom Natal perto daqueles que mais gostam, sei que nem sempre é assim porque a vida não é como nós queremos, mas; enfim…
Bom, mas com aquelas tempestades que fizeram na semana passada, escolhi um dia para fazer uma jornada de surfcasting aos Sargos, eles não apareceram em grande quantidade mas pelo menos eram bons.


No dia antes dei um saltinho à praia para ver como aquilo estava e escolher uma zona que me agradasse, o mar nesse dia era forte e com muito vento, dei por ali uma voltinha e fiquei logo com uma ideia de onde poderia fazer esta jornada.
Já no dia de pesca, cheguei à hora que achei melhor e montei o material nas calmas, fiquei desanimado porque vi muito limo na areia e antevi uma jornada difícil, até tive as minhas dúvidas se ia conseguir pescar, no dia anterior com mais mar o limo era menos.
Numa jornada de Surfcasting há três coisas muito importantes, o planeamento do pesqueiro, a preparação e verificação do material e a escolha/preparação do isco.


Depois de insistir em pescar com as duas canas fui obrigado a encostar uma devido ao limo que ficava no nó do chicote e me fazia perder bastante tempo a removê-lo.

Na outra cana já não aconteceu isso, apesar de também apanhar limo mas não me dava tanto trabalho.
Entretanto chegaram mais pescadores que também tinham dificuldade em pescar por causa do limo e rapidamente desistiram, para além disso não conseguiam agarrar as pescas no sítio certo e vinham logo parar cá fora, um até já meio desesperado quase que me acertava com a chumbada depois de andar para ali a fazer macacadas (lançamentos OTG).


Aos poucos a pesca foi acontecendo e mesmo a pescar só com uma cana, lá fui juntando uns pexecos porreiros e de boa bitola com alguns Sargos kileiros onde o maior acusou 1,300kg; que saudades que eu tinha de sacar um casmurro destes, gosto de lhes chamar casmurro porque quando chegam ali à borda de água recusam-se a sair dando umas valentes cabeçadas e que me obrigam a trabalhar o peixe com cuidado, principalmente quando estou a pescar fino.
Depois de tirar esta foto ainda apanhei mais três de 500g que já não pousaram para a foto de família, ao todo trouxe dez peixes porreiros para casa numa pesca que quase não acontecia.


A garrafa de água não deixa enganar a qualidade de alguns Sargos que andavam por ali naquele dia.


Como se já não bastasse ter de esperar semanas por mares bons para se fazer umas boas pescas, este ano ainda há mais este obstáculo que teima em permanecer nas praias.


Um dia destes o gang dos petiscos juntou-se para mais uma jantarada de Natal, o João Santana ensinou-me a fazer umas lulas que ficam uma categoria; nesta foto o João mostra quem é o Mestre da cozinha.


Lulas e arroz feito pelo João; um gajo tem de comer alguma coisa 😃



Eu fiz uns periquitos fritos, os moços têm de comer alguma coisa para além das lulas 😂 


O gang dos petiscos no jantar de Natal, aqueles dois carecas até parecem irmãos hahahaha…

Bom pessoal, por hoje é tudo, depois de uma semana de Invernada, agora tem feito uns dias tranquilos e solarengos, infelizmente houve por aí uns estragos mas por mais destruidora que a Natureza seja, ela será sempre melhor e mais perfeita do que a espécie humana.

Se não nos “vermos” mais, um Bom Ano para todos aqueles que me seguem e que gostam de vir aqui ler os meus relatos de pesca.
Saúde e força aí pessoal.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Robalo Natalício

“Surfcasting”
Boas pessoal, já havia uns dias que não publicava nada, poucas têm sido as vezes que o mar faz feição de se apanhar uns peixes e quando o faz o peixe não comparece ao encontro.
Nesta altura do ano há muitos pescadores que procuram o tão cobiçado Robalo Natalício, eu não sou excepção e também fui procurar o meu, aproveitei uma pequena quebra que as condições meteorológicas deram entre duas tempestades e fui tentar a sorte.

Esta tem sido uma semana de Invernada que já fazia muita falta, pelo menos aqui no sul, mares de tormenta são bons para mexer e remexer os fundos. Estamos num ano atípico no que diz respeito ao limo na Costa Sul e estes mares podem ajudar um pouco na eliminação desse limo (lixo). Vejo por aí pessoal a queixar-se que não tem sorte na pesca por causa do mau tempo e do estado do mar, pois a meu ver esse mau tempo e mares grandes são a nossa sorte para se poder apanhar uns bons peixes no futuro seja ele próximo ou longínquo, isto sim é um verdadeiro defeso natural e para TODOS, também me custa ficar sem pescar nos sítios que mais gosto durante semanas ou meses, pois levo o ano inteiro à espera do Inverno para pescar e por aqui o Inverno resume-se a quatro meses que passam num abrir e fechar de olhos, há quem diga que os Algarvios têm sorte porque podem pescar quase todos os dias, desenganem-se porque mar chão não é sinónimo de peixe e muito menos de grandes pescarias, o mar tem de fazer feição em determinadas alturas para o peixe abeirar para comer, se não o mais certo são chibos atrás de chibos como se costuma ver por aí o pessoal a falar nas redes sociais.

Finalmente a chuva chegou, seja ela bem-vinda pois tanta falta faz para a vida na terra e também para a vida no Mar, embora hoje em dia já dê por a mim a pensar que as ribeiras e riachos que desaguam para o Mar e que antigamente levavam muitos e bons nutrientes, hoje levam também agroquímicos das hortas e plantações assim como os óleos e combustíveis dos automóveis que estão nas estradas e que com as chuvas acaba tudo por ir parar ao Mar, entre outras tantas coisas que usamos em nossa casa no dia-a-dia e que nem nos lembramos que no final tudo acabará no Mar, “Áh e tal essas águas passam nas estações de tratamento” tretas, desculpem lá mas a mim não me enfiam os dedos no olhos porque eu não deixo…


Bom pessoal mas vamos lá à jornada e vou tentar resumir ao máximo para não esticar muito o relato. Depois de estudar as condições e pensar no spot em que ia apostar e já saber que ia apanhar chuva, claro; não estou a reclamar, pois ela faz tanta falta que nem tenho o direito de reclamar, cheguei cedo para ver como aquilo estava e embora não estivesse um luxo dava para desenrascar e antes que chegasse alguém e me “roubasse” o lugar apressei-me a montar as canas, depois tudo o resto já terminei nas calmas. 

A actividade de peixe aceitável era fraca e ainda devolvi três bailas pequenecas, já noite fora tive a felicidade de ferrar este Robalo que para variar era filho único mas pelo menos era dos bons, na mesma cana e mais tarde ainda tive uma boa porrada mas não ficou.
Posso dizer que fiquei satisfeito com o resultado, pois nos dias que correm não se pode pedir muito, fiz o que pude para rentabilizar ao máximo o tempo que estive a pescar mas não consegui aproveitei mais nenhum peixe, o único ponto negativo foi o limo que continua a não dar tréguas…



Pode ser que não chova!! Hahahahaha deve ser isso deve, fia-te na virgem e não vistas o corta-vento não…


Depois da pesca aconcheguei o estômago com umas broas de amêndoa e um JB 15 anos, um gajo tem de comer alguma coisa, atão!!!


A apanha do lixo desta vez não foi muita, mas sempre ouvi dizer que mais vale pouco do que nada…
Eu pelo menos ainda apanhei este agora a “Greta” aquela é boa é pa falar, discursos e palestras que até faz lembrar os políticos, eu não tenho nada contra a miúda mas nunca vi um vídeo ou uma foto sua a apanhar lixo marinho, nem vou dizer mais nada…


Aí um dia destes combinou-se um jantar de Natal com uns amigos da pesca aqui do Sul como já vem sendo hábito nos últimos anos, tudo malta simples e porreira, muitas gargalhadas e galhofa neste convívio onde comida e bebida não faltou, e o medronho caseiro até foi de mais 😂


Enquanto o pessoal falava e esperava pelo prato principal eu resolvi garantir logo a pesca ali com uma travessa de camarões que ninguém lhe tocava, a mim ensinaram-me que primeiro come-se e depois logo se fala, aí não 😉 



Bom pessoal por hoje é tudo, não é que eu ligue muito ao Natal, mas Natal é Natal e por isso desejo um Bom Natal a todos aqueles que me seguem e que gostam de ler os meus relatos de pesca, uns bons e outros menos bons, pois isto não é como eu quero é como a vida e a Natureza manda.

Quando puderem apanhem algum lixo na orla costeira para ajudar o meio ambiente, mesmo que seja pouco sempre ajuda mais do que falar da boca para fora ou discutir o assunto nas redes sociais, entretanto pode ser que o Pai Natal lhes ponha umas escamas na bota 😏
Saúde e força aí pessoal.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Quem não Arrisca não Petisca

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Com os primeiros mares de Inverno a baterem à porta da Costa Sul as praias começam a ser “lambidas” por algumas ondulações, pena o limo que ainda continua presente em certas zonas da costa…


As primeiras chuvas do ano são sempre boas e todos os anos anseio por estas chuvadas que de uma maneira ou outra arrastam alguns nutrientes para o mar, é excelente para fazer abeirar uns peixes em certos pesqueiros e se isto tudo for acompanhado de alguma ondulação melhor ainda.
A chuva faz muita falta e principalmente aqui no Sul, a cada ano que passa é menos e mesmo assim ainda se vê por aí ignorantes que reclamam quando está um dia de chuva, pois digo a essas pessoas que chegámos a um ponto em que ninguém tem o direito de reclamar, nem com a simples e velha desculpa do (porra tinha de ser logo hoje) é que faz mesmo tanta falta que na minha opinião ninguém deve de reclamar e sim olhar para ela como uma coisa abençoada.


Bom, mas vamos lá à jornada que quase que não acontecia, não por causa da chuva que neste dia até nem foi muita (como sempre por aqui) mas sim por causa do vento, este sim era o meu inimigo nº1 para além do limo que tem permanecido na Costa.
Agora com as praias livres e limpas dos enfeites balneares, que quase metade do ano são entregues aos novos chefes do mundo e seus amigos que mandam e comandam o desenvolvimento de um turismo excessivo, agora já nesta altura do ano é mais fácil escolher uma praia para fazer uma jornada de pesca.
À última da hora lá decidi arrancar para a pesca e fiz ali duas sandes de nada com molho de coisa nenhuma para enganar o estômago e tentar fazer uns peixes durante o dia, quem não arrisca não petisca…


Posso dizer que este foi um dia com muita actividade por parte do peixe logo no início da jornada, entre Sargos e bailas muitas foram as devoluções que fui fazendo ao longo desta jornada e ao mesmo tempo tentava seleccionar uns peixes para levar para casa, decidi logo no início que bailas só levava se tivessem 30cm, como nenhuma das que apanhei tinha essa medida foram todas devolvidas embora algumas delas tivessem quase, ficam para outro dia 😉
Já os Sargos juntei 17 exemplares entre as 400 e as 800g, confesso que fiquei bastante satisfeito com o resultado desta pesca, com o que eu tenho ouvido falar por aí, acho que foi uma boa pesca…


Quando arrumo o peixe meto os maiores em baixo e os mais pequenos em cima ao contrário dos espertalhões que tapam os pequenos com os maiores.


Com a pesca já quase arrumada e com uma cana ainda montada, ao final do dia com o céu completamente encoberto lembrei-me (E se eu aguentasse aqui mais duas ou três horinhas a ver se cravo aqui um Robalo perdido) assim foi, aguentei-me ali mais 3 horinhas à espera de um velhaco que andasse por ali perdido ao entardecer, mas nada; foi em vão mas sem sentimento de culpa, porque quem não arrisca não petisca…



Nas últimas marés grandes fui ali à Ria numa manhã apanhar uns lingueirões para fazer um arrozinho 😉  


Na apanha dos lingueirões e quando passava uma regueira com água pelo joelho saiu-me um choco à frente, encurralei-o ali numa poça e joguei-lhe as garras, começava bem esta ida à maré.
No dia seguinte foi o meu almoço, o choco que me desculpe mas um gajo tem de comer alguma coisa 😋

Saúde e força aí pessoal.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Robalinho de S.Martinho

“Surfcasting”
Boas pessoal!
O frio chegou e as folhas já caíram, à medida em que o Outono se transforma no Inverno dá-me ganas de ir para a pesca e ficar por lá uns dias com ou sem peixe, pois o que eu gosto mesmo é de me sentir livre e desfrutar do contacto com a Natureza.

Parece que nos dias de hoje para se andar por certas zonas junto à Costa sem ver excesso de pessoas nas praias outrora desertas é preciso estar umas condições tipo “hardcore” como as que estiveram no dia em que fiz esta jornada.

Neste dia a exigência do mar associado às condições do pesqueiro pediam lançamentos longos, ou pelo menos eu tentava fazê-los mas nem sempre me saiam bem devido ao vento frontal que se fazia sentir, a ondulação pediu-me chumbadas de garras e eu dei-lhe, ou era isso ou então não pescava.


Foi uma jornada de pesca em que o objectivo nrº1 era relaxar dois dias e tirar algumas duvidas que pairavam na minha cabeça com um ponto de interrogação "???"
A noite apresentava-se fria e húmida, um vento moderado na cara prometia chatear-me a tempo inteiro, equipei-me a rigor para uma noite que se esperava difícil e sofrível, por vezes mesmo com chumbada de garras a força do mar arrancava a pesca do fundo e “cuspi-a” para fora, aconteceu pelo menos três vezes.

Neste dia só pesquei com uma cana porque achei que fosse melhor assim, as condições pediam atenção redobrada e pesquei apenas durante algumas horas.

Este foi o único peixe da jornada, que me deu algum trabalho e ao mesmo tempo vicio durante a sua cobrança, pois na altura em que o recuperava, um set com bastante força varreu a praia com uma forte corrente lateral obrigando-me a deslocar uns bons trinta ou quarenta metros para a esquerda a acompanhar o peixe, e quando pensava eu que o pior já tinha passado, aquela água toda escoou para fora através de um agueiro que fazia ali ao lado e o peixe aproveitou essa “boleia” claro, por momentos ainda temi o pior, pois tenho más recordações de perder peixe em condições semelhantes, com calma aguentei o velhaco e aos poucos fui diminuindo a distância que ficava entre mim e ele, quando o vi em seco foi um alívio do caraças e disse falando comigo mesmo que a pesca estava mais que feita, pois nunca pensei de apanhar um peixe bom com estas condições.

O mar deu luta mas eu não me rebaixei e quase no final da pesca tive a minha recompensa, no entanto; pouco tempo depois o mar subiu conforme as previsões anunciavam e quando a maré rodou o limo apareceu do nada e aí sim, não tive alternativa a não ser arrumar o material e ir descansar.



No dia seguinte e já ao entardecer antes de vir embora um mar violento varria literalmente a Costa tornando impraticável qualquer tipo de pesca ao nível do mar.


A última palavra cabe sempre a esta Majestosa Costa que se perde de vista no horizonte e que me faz sonhar tantas e tantas noites.



Mais uma apanha de lixo que tentava enfeitar a Natureza, uma saca cheia e mais qualquer coisa.



Hoje em dia todo o dia é dia de qualquer coisa, 90% deles passam-me ao lado, mas o dia de S.Martinho sempre gostei de celebrar com umas castanhas assadas e qualquer coisa para desembaçar, afinal de contas um gajo tem de comer alguma coisa não!!  😉

- No dia de São Martinho vai-se à adega provar o vinho.
- No dia de São Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
- Verão de São Martinho são três dias e mais um bocadinho.
- Pelo São Martinho castanhas assadas, pão e vinho.
- Óh meu São Martinho dá cá um Robalinho 😂

Saúde e força aí pessoal.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A Hora mudou e o Lobo atacou

“Surfcasting”
Pois é pessoal, com a mudança da hora achei que podia enganar algum Robalo, como os gajos não sabem que a hora muda e não têm relógio fui 1 hora mais cedo a ver se enganava algum 😂 (brincadeira claro)
Bem, neste dia desafiando toda a lógica fui para o spot onde tinha menos esperança, de vez em quando gosto de fazer umas investidas assim, por vezes até corre bem, outras nem por isso.

Não posso dizer que correu às mil maravilhas mas também já tive jornadas bem piores. O limo marcou alguma presença e acho que este Inverno me vai gorar algumas jornadas, vamos esperar para ver, mas o que me chateou mesmo foi o facto das chumbadas estarem a arear, logo no primeiro lançamento a pesca areou de tal maneira que não a consegui tirar, não estava à espera de tal situação e deixei a cana tempo demais a pescar, quando fui recuperar a chumbada recusou-se a sair e foi até partir claro, milagres só em “Fátima” e mesmo assim já não é o que era…
Pensava também que ia ficar por ali sozinho e tranquilo quando chegam dois pescadores “Olha afinal temos festa” disse eu em voz alta falando sozinho, o que me valeu foi um bico de pedra que estava ali perto e fez com que ficassem um pouco afastados, serviu de fronteira…


Depois de nova montagem feita, chicote e aquelas coisas todas voltei ao trabalho e daí em diante tive de estar alerta para evitar que as pescas areassem ou então arriscava-me a passar aquele tempo que tinha em mente para pescar a fazer novas montagens e a perder material. Ainda pensei em rumar a outro spot mas depois de dar tantas voltas à ideia resolvi ficar por ali mesmo.

Não tive descanso devido ao limo e ao “arear” das chumbadas e chegou a uma altura que já estava exausto, pois na pesca não se gasta só energia física como também mental. Já levava um bom par de horas a pescar quando os meus vizinhos abandonaram o local e bazaram, talvez pelo facto do mar estar a arear e de haver pouca actividade, foi neste instante que eu vejo uma das canas a bater e lá me saiu este Robalo já bonzito para enganar mais uma vez o fantasma do chibo que está sempre presente, fiquei satisfeito, guardei o menino dentro da saca e continuei a pescar numa noite que estava bastante húmida mas amena.

Ainda insisti mais algum tempo mas a única coisa que tirei foi uma baila e um pregado que foram ambos devolvidos, acho que nem medida tinham sequer.


Pescar aqui proporciona-me momentos e experiências que me fazem viajar para longe do materialismo e interesses que me sufocam diariamente onde vivo.


Os odores emitidos pela Natureza e envolventes são como uma terapia para mim.



Bom mas agora falando de coisas sérias, um dia destes o amigo João Santana desafiou-me para irmos petiscar qualquer coisa e beber uns jarros de vinho, como estava livre não recusei e convidei também o Cristóvão (Mata Chibos) para se juntar a nós, fizemos mais uma boa pesca sentados à mesa a dar ao dente e entre outras coisas a falar de “pexe”.


Um gajo tem de comer alguma coisa 😋



Mais uma apanha de lixo trazido pelo mar.
Ao longo dos últimos anos tenho lutado bastante para manter os meus spots favoritos minimamente limpos, junto ao mar é complicado, é como remar contra a corrente porque o mar está constantemente a trazer lixo, já no cimo das falésias tal como nos aceiros e trilhos a coisa é diferente, o lixo que apanhei nos últimos anos, algum que certamente lá morava há mais de vinte anos, sítios que com quase toda a certeza nunca tinham sido limpos, por aqui a coisa até se tem mantido minimamente aceitável embora haja sempre vestígios de que tenha passado por ali algum Atrasado Mental.

Por hoje é tudo pessoal.
Já agora desejo um bom dia do Homem para todos (dia do Homem = dia de todos os Santos)
Saúde e força aí.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Dia de Aguídão, Robalo no Ceirão

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Estava ansioso por meter novamente os olhos nesta Costa, assim que cheguei à beira da falésia e vi o mar até onde a minha vista alcançava senti um consolo inexplicável, saí da carrinha e sentei-me numa pedra a matar saudades disto tudo enquanto olhava à minha volta, e que saudades que eu tinha de me sentar em cima de uma pedra daquelas tão confortável.

O Mar mostrava boa cor mas era um pouco forte, no entanto a tendência era para descer gradualmente ao longo da tarde e até lá tinha tempo para estudar bem a coisa, logo detectei um pequeno problema, é que nesse sítio exacto onde eu queria meter as canas a pescar tinha alguma “carência” de areia, o que não é normal nesta altura do ano, pois ainda mal não começou o “Inverno” e já isto está assim, pensei que meter as canas a pescar ali no meio de tantas pedras seria o mesmo que entrar numa rua perigosa, então acabei por ficar um pouco mais ao lado num fundãosito que mais parecia uma daquelas piscinas naturais em que os putos brincam no verão quando a maré está vazia.


Bom, mas já em acção de pesca o tempo foi passando e a actividade era nula, com o mar bom, maré boa, spot bom e peixe nada, é o mesmo que dizer (o canário é bonito mas não canta), cerca de 30 minutos mais tarde reparei que uma das canas afrouxara um pouco, bom afinal parece que já “pia” qualquer coisa. Peguei na cana e ao sentir que tinha lá peixe fui recuperando aos poucos, deu umas cabeçadas mas nada de mais e só ali na borda de água é que o Robalo teimou um pouco em separar-se do mar, mas teve de ser, vinha embuchado e por isso não lutou enquanto estava mais fora, Robalo guardado no ceirão e continuei a pescar mais algum tempo.

Um peixe solitário livrou-me o chibo nesta jornada, embora tivesse pescado cerca de mais uma hora e meia a seguir à captura a noite estava feita e não valia a pena pedir satisfações ao mar. Fiquei satisfeito, pois já precisava de uma noite destas, ar puro, paz e tranquilidade.
Agora anseio pelas noites húmidas e madrugadas frias de Inverno, noites de sofrimento mas que no fundo eu até gosto…



Aguídões
Nesta altura do ano quando chove e no dia seguinte faz sol, normalmente dá-se o “desabelhar” das aguídas e aguídões, e foi o que aconteceu neste dia assim que o sol espreitou com força num ambiente ainda meio húmido e quente. Nos tempos em pescava em Vila Real de S.António conheci um velhote que me disse que nos dias que as aguídas desabelhavam ele apanhava sempre um bom peixe, como desde puto sempre gostei de conversar com os mais velhos porque acho que com eles aprende-se muita coisa sobre a Natureza nunca mais me esqueci de tal conversa, se é verdade ou não isso já não sei, mas o que é certo é que neste dia aconteceu…


Aguída


Aguídas


Com tanto tempo sem vir para estas bandas é claro que vinha cheio de força de vontade de fazer alguma coisa de útil pela Natureza, como sei que poucos ou nenhuns por aqui são capazes de apanhar lixo tive de calçar as luvas e meter mãos à obra.
Foi com toda a certeza a maior apanha de lixo que alguma vez fiz no mesmo dia.
É caso para dizer que é o meu record em lixo apanhado.


Neste dia a carrinha veio cheia, mas não foi de peixe.



Um dia destes combinei uma petiscada com os amigos João Santana e o Bruno Cavaco (Capitão) meti o avental e preparei uns “periquitos fritos à Lobo” 😂  afinal o pessoal tem de comer alguma coisa 😉 


Mesa pronta e tudo apostos para trincar uns tordos 😋


Neste final de dia ainda quente eu e o Capitão optamos por varrer ali uma boa teca de cervejolas enquanto o João lá teve que despachar a garrafa do tinto. Os petiscos com os amigos da pesca é outra forma de pescar e neste dia não foi excepção, também contámos velhas histórias e relembramos outros tempos, isto tudo claro sempre bem regado.
Pessoal por hoje é tudo, haja saúde e força aí…

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Recomeçar

“Spinning”
Boas pessoal!
Já havia uns meses que não vinha aqui escrever nada, não é novidade nenhuma para a grande parte de vocês que já sabe que eu não pesco no verão.
Como bom Algarvio de gema estou proibido de tirar férias no verão, sinceramente nem me passa pela cabeça cometer tal erro e acho que qualquer um sem ter de pensar muito sabe bem porquê.

Mas o tempo agora apesar de ainda estar quentinho já é outro, anuncia mudanças, os cheiros estão diferentes, os amanheceres são diferentes, a linha onde o sol roda já é outra e isto em conjunto com tantas outras coisas por vezes chegam a dar-me uma sensação boa e quase inexplicável (assim tipo aquela que tinha em miúdo quando começavam as férias grandes de verão e sabia que ia ficar meses sem meter os pés na escola e sem ver as bruxas das professoras que só me faziam a vida negra).


O relato que vos trago hoje para contar, foi uma simples jornada de spinning em modo de brincadeira só para ver se ainda sei mexer nestas coisas 😊  no mês de Setembro fiz aí duas ou três investidas para brincar à pesca e matar saudades, quando ficamos tanto tempo afastado deste mundo, qualquer simples ida à pesca mesmo sem grandes resultados já é bastante satisfatório, certamente que lá mais para a frente não vou ter a mesma opinião 😊

Neste dia em questão madruguei e fui ver o nascer do sol, andavam por lá umas bailas pequenecas e entre alguns ataques que tive ainda tirei duas que foram devolvidas, um pouco depois e já com o passeante cravei este robalote kileiro que veio comigo e foi o almoço cá em casa nesse mesmo dia.
O simples ritual de lavar as mãos para tirar aquela “goma” que o peixe liberta sabe-me tão bem como respirar, depois de tanto tempo afastado do que me faz sentir vivo.


Cores do amanhecer


Os petiscos com o amigo João Santana este verão foram poucos, umas vezes por motivos de força maior e outras vezes porque não estávamos em sintonia, mesmo assim ainda demos ao dente umas poucas vezes e algumas até esquecemos da foto da praxe. Nesta tarde de calor a equipa de ataque fui eu, o João e o Capitão (Rei do Charroco) este homem até com o mata moscas ele apanha charrocos 😂


Neste dia levantei-me cedo e fui à maré onde apanhei lingueirões e também uns berbigões, depois do material babujar o dia todo, preparei uma frigideira onde fiz uma cebolada de marisco com alhos, juntei-lhe uns camarões que estavam esquecidos na arca e com um pão de kg ainda deu para beber uma grade com o Capitão, um gajo tem de comer alguma coisa 😉


Aqui a ementa foi conquilhas e berbigão só para desenjoar, tem que se comer alguma coisa 😉


Neste dia juntei-me com o João e o Cristóvão (Mata Chibos) foi uma noite engraçada com algumas histórias e risadas pelo meio bem regadas com muita bebida, o café fechava às 24h mas só demos por isso quando já eram 2:30 da manhã   hahahahaha


Algures na Ria Formosa


Ainda tirei uma Safata de 800g mas só em casa é que vi que o peixe tinha ficado com um escorrido de sangue, decidi não publicar porque acho que é um pormenor que fica muito feio.


Sabe tão bem uma cerveja gelada depois de vir da maré numa manhã de calor.
Pessoal por hoje é tudo, saúde e até à próxima, força aí…