terça-feira, 26 de março de 2019

Dilema

“Spinning”
Boas pessoal!
Esta foi mais uma simples jornada de spinning em que estava dividido, pois não sabia se havia de fazer um surfcasting ou um spinning, ou seja; estava perante um dilema, sinceramente estava mais virado para a primeira hipótese, mas depois de ter procurado isco e que até havia bastante porque as marés eram grandes, fiquei triste, desiludido e irritado  ao ver que hoje em dia para se pescar com alguns iscos de qualidade é quase preciso abrir os cordões à bolsa, pois pedem um dinheirão por qualquer que seja o isco e que não vale o dinheiro que pedem, o problema é que o pessoal que está carregado de “pastel” e tem a carteira gorda paga o que for preciso pelo isco e a maior parte das vezes vem de volta para casa e peixe nem o cheiro, enquanto houver malta a pagar sem olhar a preços isto nunca vai mudar. Atenção que eu sei muito bem o trabalho que dá a procurar e a apanhar isco, porque volta e meia também o vou apanhar, no entanto não é razão para pedirem o que pedem hoje em dia por certos iscos, depois queixam-se que há dias em que não entra ninguém na loja para comprar nada, pudera… 


Então neste dia optei pelo spinning e não me arrependo nada, pois o dinheiro que gastaria no isco deu para a comida que levei para mim e ainda sobrou para comprar duas garrafas de moscatel, por outro lado senti-me bem porque não me deixei enganar, mas confesso que foi por pouco…
Nesta foto de cima estava a fazer tempo enquanto apreciava um pôr-do-sol fantástico a partir de um dos meus esconderijos preferidos no meio da serra onde tenho por hábito descansar entre jornadas de pesca em spots diferentes, mas sempre perto do mar, com ou sem peixe esta noite ia ser comprida e trabalhosa 😉
Pois antes de ir para a pesca queria fazer uma visita a uma horta que eu conheço e por lá costumo passar, nesta altura do ano tem sempre um faval que chama por mim quando lá passo 😉


Depois de apanhar as favas de que precisava, sim só apanhei as que precisava para encher um tacho, também não se pode abusar porque o gajo que as semeou também tem direito a comer umas poucas  😉 e que Deus lhe dê muita saúde para continuar a semear todos os anos 😉 depois disso rumei ao spot que tinha em mente para lançar uns vinis, levei algumas amostras mas neste dia era spot de vinil.

Quando cheguei não havia viva alma por perto, mesmo como eu gosto e depois da cana montada comecei a lançar aqui e ali sempre concentrado no mais pequeno toque, tinha talvez uns quarenta minutos de pesca quando senti alguma coisa a agarrar no vinil e fiz uma ferragem rápida e forte, peixe a cabecear mas ao mesmo tempo parecia que estava meio dormente, rapidamente o meti cá fora e logo descobri o porquê daquela falta de energia por parte do peixe, pois tinha o vinil completamente dentro do “garganil” tal não era a fome, por vezes fico abismado quando isto acontece, é incrível como os Robalos conseguem detectar as vibrações do vinil no meio da escuridão e devorá-lo por meio de sucção. Com o peixe guardado na saca ainda andei por ali mais 2 horitas com algumas paragens pelo meio e nada de peixe, outro filho único que andava perdido, meti o ceirão às costas e lá vou eu para cima porque o estômago já roncava com fome…


Já na carrinha eram horas de dar ao dente, aqueci uns ovos com tomate e duas perninhas de frango que foram empurradas com dois copos de vinho, um gajo tem de comer alguma coisa 😉


Aqui as vi...


E aqui as comi 😋
Esta foto já foi tirada depois do almoço, pois a fomeca era tanta que quase me esquecia de deixar uma fotozinha para vocês, espero que gostem tanto como eu 😂


Momentos como este para mim já valem a ida à pesca.
Enquanto o sol se despedia, as Perdizes faziam chamamentos algures no mato...


Tranquilidade


Cores da Primavera


Parente próximo do chibo.
Este já dava um belo casaco 😊

Saúde e força aí pessoal.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Robalo Maroto

“Spinning”
Boas pessoal!
Esta foi mais uma jornada de spinning em harmonia com a Natureza, sinceramente não ia com fé nenhuma, mas como tinha saudades de andar por estas bandas resolvi ir a passeio e aproveitar para espreitar como estão alguns spots favoritos.


Andei por lá durante a noite mas não senti qualquer peixe e a ficar sem água no pesqueiro resolvi parar para descansar um par de horas e fazer o aceio da manhã num laredo de que eu gosto muito quando a maré já enchesse.
Foi uma jornada um bocado complicada porque o vento contra não deixava lançar bem as amostras. Aproveitei para experimentar alguns jerks para tentar perceber melhor como se comportam em termos de lançamento e natação, embora com vento contra nunca se saiba ao certo o que uma amostra lança…


Foi já mesmo quase a terminar a pesca que ferrei este Robalo num fundão com muita pedra, peixe energético que me levou o multi a uma rocha que estava ali pertinho e por momentos fez-me temer o pior, o fio ficou muito mal tratado pela rocha mas aguentou, se fosse um peixe maior não sei se a coisa tinha terminado da mesma maneira. Depois daquilo e sem fé nenhuma, pois bem sabia eu que este era mais um filho único que andava perdido, resolvi tirar cerca de 3 metros do multi e fazer um novo terminal para executar apenas mais cinco lançamentos e assim foi, depois disso tirei as fotos da praxe e fui para cima.

Quando caminhava falésia acima pelo aceiro cruzei-me com um pescador de sargos, individuo na casa dos seus 60 anos, trocamos meia dúzia de palavras e cada um foi à sua vida, pareceu-me homem da terra habituado a estes laredos, pois descia com um andar fácil.


A seguir ao peixe o pequeno-almoço era o mais importante naquele momento, pois estava já com uma fomeca que não via nada atrás das costas.


Com o estômago já forrado fui a outro spot ver como aquilo estava, é aqui que eu me sinto bem nestes laredos esculpidos pelas chuvas e pelos ventos durante centenas ou até milhares de anos, vai-se lá saber, aqui os pensamentos desaparecem no horizonte e parece que um gajo purifica a alma.


Claro que já sabia o que ia encontrar lá em baixo e não vinha para cima de mãos a abanar, por isso levei logo dois sacos para encher.
Volta e meia vejo pessoas a apanhar lixo trazido pelo mar mas são os camones, tenho pena de não ver os nossos a fazer o mesmo, talvez se julguem muito importantes…


A Primavera por aqui já está em força e prova disso são as flores que marcam presença um pouco por todo lado enfeitando campos e falésias, os pássaros completam o cenário com os seus cantos melódicos.






As cegonhas também andam entretidas com os seus ninhos.

E por hoje é tudo pessoal, sejam conscientes em cada ida à pesca, pois a Natureza embora por vezes seja bruta mas também tem as suas fragilidades.
Saúde e força aí.

terça-feira, 12 de março de 2019

E tudo o Vento Levou

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Esta foi uma jornada difícil, sabia de antemão que o vento com rajadas ia estar presente todo o dia, sabia também que ia apanhar chuva e desconfiava que o mar fosse pouco para o meu gosto, mas como em casa não se apanha nada e como só se vive uma vez, bora lá prá pesca…


A prioridade neste dia era chegar ao local onde ia pescar e equipar-me a rigor o mais rápido possível vestindo o wader e um corta-vento antes que começasse a chover, depois disso já podia chover à vontade que o resto do material ia montando nas calmas, nem que adivinhasse e passado pouco tempo a chuva começou a cair acompanhada de umas rajadas de vento bem fortes, pensei que não incomodasse tanto mas o gajo estava bruto e não podia haver descuidos porque de um momento para o outro vinha uma rajada e levava tudo, eu gosto dos dias assim sem sol e escuros, acreditem que para mim são dias lindos, mas neste dia as rajadas de vento tornavam um dia lindo num dia totalmente desagradável…


No primeiro lançamento que fiz prendi uma gaivota que ficou enleada na linha, o bicho caiu na água e para bem dos dois (ela e eu) rapidamente se conseguiu libertar e foi à vida dela, menos mal.
Mais tarde e sem sinal de peixe veio-me à ideia (se ao menos tivesse apanhado a gaivota sempre dava pa fazer um arroz de gaivota, assim chapéu) 😂
Como já estava a pescar há cerca de 2h e não se passava nada fui buscar a máquina para me entreter a tirar umas fotos e enquanto olhava com atenção para a cana da esquerda, a da direita dava de sinal (engraçado que nem me dei conta que a cana vergou no momento em que tirei a foto e só já em casa é que vi)


Quando me virei ainda vi a cana a abanar e logo me apercebi que tinha lá um peixe, pouco depois estava cá fora e era um robalote já bom, menos mal pensei eu falando em voz alta.
Volta e meia vinha uma rajada que ameaçava levar tudo e quando me virei a mochila tinha tombado com o vento, vou arruma-la melhor e quando me apercebo já a tampa da geleira ia no ar, toca de atar a tampa com os elásticos e nisto lá vai a tampa do balde do isco “Bommm tá a porca ruim, hoje vai tudo pus ares” pensei eu mais uma vez falando em voz alta e já irritado com aquilo tudo, não podia ficar nada à merce que o raio do vento pegava em tudo, a única coisa que escapou foi o saco das chumbadas…



O tempo foi passando e mais tarde saíram dois sargos, um em cada cana que foram fazer companhia ao robalote e já no final veio um sarguinho que foi devolvido.
Não foi uma pesca de sonho, nem lá perto, mas foi o que se arranjou e sempre foi melhor do que ficar em casa e do que a última investida.


Foi o que se arranjou...


Coisas engraçadas que se encontra por vezes na pesca, uma moeda de 2€ que deve ter vindo com o vento e um náufrago que deu à Costa 😊


Na última Lua Nova fui ali a uma regueira apanhar umas ameijoinhas que eu tinha micado uns dias antes 😉


No dia seguinte e para gastar o isco que sobrou fui aqui pertinho de casa fazer uma horita de pesca a seguir ao jantar e apanhei um sargo e duas bailecas, já deu para as sopas, um gajo tem de comer alguma coisa 😉


Quando o amigo João Santana vem ao Algarve e há oportunidade combinamos sempre um petisco para meter a conversa em dia, trocar umas ideias e beber uns copos de vinho 😉 para quem não conhece fica aqui o blogue do João, dêem uma espreitadela https://litoralalentejanosurfepesca.blogspot.com/

Pessoal por hoje é tudo, melhores dias virão certamente.
Usem o mar mas não abusem dele e não deixem lixo nos spots 😉
Saúde e força aí.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Em busca da Escama Perdida

“Surfcasting”
Boas pessoal!


Esta foi uma jornada de Surfcasting com algumas capturas mas com poucas retenções, pois o peixe que ia entrando no pesqueiro resumia-se a pequenas bailas, mucharras, ferreiras e até uma douradinha que veio presa pelos dentes ao elástico de atar o isco, só por aí já podem calcular o tamanho destes matulões que andavam por lá…


A azáfama de preparar o spot começou bem cedo, logo a seguir ao almoço procurei um sítio propício para fazer uns peixes, havia bastante tempo que não fazia uma pesca de Surfcasting e as canas estavam esfomeadas por lançar e pescar.


Depois das canas montadas e de tudo preparado era hora de explorar o que se passava, o primeiro lançamento é sempre um momento de ansiedade até verificar se há lixo (algas) ou não, o mar estava limpinho e prometia uns bons peixes mas passado 1h não havia qualquer actividade, as iscas iam e vinham na mesma, parecia que não havia vida naquele mar tão bom.


Se a cana que estava à direita não dizia nada, a que estava à esquerda pouco ou nada dizia, pareciam duas mudas, tanta vontade que tinham de pescar e agora comportavam-se como duas meninas tímidas no primeiro dia de escola.

Fez-se noite e de um momento para outro entraram uns peixinhos esfomeados que ratavam e traçavam tudo o que era isco, foi do oito ao oitenta, mas nem um que se aproveitava, uns já com medida mas pouca e outros sem, iam sendo libertados conforme iam saindo, não os contei mas talvez umas dez devoluções entre bailas, mucharras e sarguetas. Um pouco mais tarde resolvi fazer uma pausa a ver se a rataria se ia embora, pois já sabia que enquanto o peixe sentisse o pesqueiro “engodado” com o isco que eles próprios migavam não se iam embora e àquele ritmo rapidamente ficava sem isco para pescar o resto da jornada…


Agora era a minha vez de dar ao dente, uns ovos mexidos com atum e duas ou três azeitonas com uma garrafita de vinho, um gajo tem de comer alguma coisa 😉 e a primeira cena que me veio à cabeça foi (esta isca não papam vocês não, rataria marafada)  hahahaha…


A seguir com a barraca montada era hora de esticar o esqueleto e descansar um par de horas até a maré dar a volta, a humidade encharcava tudo e soube-me bem estar ali amalhado na barraca onde ainda passei pelas brasas…


Levantei-me antes do Sol nascer, o mar do dia anterior já tinha caído bastante e a madrugada trouxe temperaturas que pediam um bom agasalho, comecei a 2ª parte da jornada e não havia sinal da rataria, menos mal pensei eu…
Nisto dei por mim a pensar (isto está mesmo mal, daqui nada tenho 20 h de pesca e com uma boa teca de peixe que tirei não consegui aproveitar peixe para uma refeição, anda um gajo a fazer uma pesca sustentável, a apanhar o lixo dos outros e não merece apanhar uns pexecos!!?)  Era o que faltava, decidi então que a partir daquele momento tudo o que viesse e tivesse medida legal ia comigo, fosse ele que peixe fosse, fui buscar a régua para perto de mim, coisa que já nem me lembro da última vez que a usei…


Passado pouco tempo lá entalei um robalote, curto mas gordinho 1,1kg… não era o que eu procurava mas como a coisa ia já servia bem, logo a seguir na outra cana tinha mais um robalete, este confesso que tive de usar a régua, media 38cm, não é a minha medida mas estava dentro da medida legal e essa não fui eu que estabeleci, penso que a medida mínima para o Robalo deveria ser revista e alterada no mínimo para os 40 cm ou mais até, mas lei é lei e se é para cumprir, hoje vai ser cumprida a 100%
A seguir ainda tirei quatro bailas e mais uma vez lá tive de usar a régua, duas sem medida foram devolvidas e duas dentro da medida vieram comigo, mais uma espécie que também deveriam alterar a medida mínima para bem acima da actual…


As bailas fizeram uma fritada e com 1kg de batata doce e uma salada ainda deram para duas refeições, um gajo tem de comer alguma coisa 😉 


Como o peixe não tem sido muito, pelo menos para mim, aproveitei as marés gigantes da Super Lua para apanhar um mariscote.
Nestes tempos de modernice tudo é super, até a Lua cheia e marés grandes já são super, deixa lá ver onde é que isto vai parar com tantos super inteligentes a fazerem super leis e a comandarem este País…
Pessoal por hoje é tudo, era para não relatar esta jornada mas apeteceu-me escrever e assim aproveitei as fotos. Mesmo que não tenham as vossas próprias medidas mínimas, pelo menos respeitem as medidas legais que já é bem bom, coisa que muitos infelizmente não fazem.
Saúde e até à próxima…