segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Robal de Carnaval

“Spinning”

Boas pessoal!

Um dia destes o mar convidou-me a ir até ele, eu gentilmente aceitei esse convite e escolhi um buraco que desse para fazer uns lançamentos, a meio caminho parei para meter algumas gotas de gasóleo e comprar umas coisas que precisava e a menos de nada fiquei com a carteira vazia, já não sei se está tudo caro ou se sou eu que sou mesmo pobre, pourrrrra que isto está bonito, e ao que parece ainda vai ficar pior…

Uma vez que estamos em plena época carnavalesca lembrei-me de fazer uma pequena brincadeira e levei uma peruca velha que tinha ali pendurada atrás da porta para afugentar o mau-olhado e a inveja do pouco que tenho. Não é que seja grande fã do carnaval, os meus tempos de folião já lá vão mas a ideia foi só para ser um pouco diferente esta semana.

O dia clareava timidamente, fui descendo o aceiro muito atento e vigilante a qualquer eventual percalço, os pássaros cantavam e atravessavam-se no meu caminho, o meu pensamento estava no Robalo que poderia estar lá em baixo à minha espera, ou não…

Quando cheguei lá abaixo reparei que fiz mal as contas à quota de água que o pesqueiro tinha em relação à altura da maré e as pedras esfomeadas mordiam-me as amostras afundassem elas muito ou pouco, valeu-me um passeante com o “fato” já todo riscado que tinha para ali na bolsa das amostras, com este tipo de amostra podia lançar à vontade que não a ia prender, volta e meia o mar pegava-lhe mas num momento em que houve uma boa chanada consegui ferrar um robalote kileiro e assim dar um pontapé no chibo, com o cardume de um já na saca passado pouco tempo dei por terminada a jornada e fui à procura do pequeno-almoço… 

Na pesca quando a fome aperta qualquer coisa serve para apaziguar a fraqueza, café com leite e um pedaço de pão aquecido com um fio de azeite para confortar o estômago, digam lá que não parece o pequeno-almoço daqueles gajos do ginásio 😂

Antes de vir para cima e já que o peso do peixe era pouco compensei com dois sacos de lixo cheios até à boca.

Mesmo com a seca que vai por aqui ainda cai água para o mar, até me arriscava a dizer de onde ela vem, mas como não tenho a certeza prefiro manter-me em silêncio…

Desta vez fui fazer uma maré de berbigão aqui na Ria Formosa para desenjoar dos lingueirões.

Um gajo para além de os apanhar também tem de os comer, atão 😏 

As despedidas custam sempre e na pesca não é excepção.
Bom pessoal por hoje é tudo, a pesca foi magra mas o objectivo era mesmo partilhar qualquer coisa.
Haja saúde e força aí…

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Prémio de Consolação

“Spinning”

Boas amigos, leitores e seguidores.

Estou aqui novamente com mais um relato para contar uma jornada em que arrisquei ir à pesca mas na dúvida se ia conseguir pescar ou não onde eu queria devido à força do Mar.

Com tudo preparado arranquei nas calmas logo a seguir ao almoço com o destino traçado na minha cabeça, ia a ver se apanhava um Robalo velho que isto não tarda nada está o Inverno passado, pelo menos aqui no Sul do Sul está por um fio, a Primavera está a entrar em força, apesar das noites estarem frias mas de dia o sol está bastante quente… Assim que lá cheguei e durante a tarde avistei dois bons Robalos à sombra de uma pedra de tamanho considerável, esperei anoitecer e vesti a pele de cordeiro para tentar a minha sorte mas apesar da insistência não tive qualquer resposta em nenhum dos muitos lançamentos que fiz, o raio do vento mais uma vez não me ajudava em nada e este é um factor que pode diferenciar muito uma jornada de spinning como toda a gente sabe. Normalmente em todas as jornadas de pesca que faço estabeleço uma hora limite que eu entenda que pode cair algum peixe e até lá é proibido desistir custe o que custar, então continuei a insistir embora com menos entusiasmo até chegar a hora que eu tinha programado finalizar este turno…


O turno acabou e fui logo jantar porque com a fome que tinha já não via nada para trás das costas e queria descansar para atacar novamente de madrugada. Uma pequena caldeirada de lulas com batata e dois copos de vinho D.Ermelinda oferecido pelo meu amigo João Santana soube tal e qual vocês podem imaginar, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão!!! 😉

5h da manhã toca o despertador (e agora vou ou não vou!!?). Marcava 5ºgraus de temperatura o que não era nada que eu não estivesse já à espera, normal nestas andanças, bem mas com o cú dentro do saco cama é que não se apanha nada, meti o CD mágico a tocar e vamos lá sair da suite presidencial porque lá fora é que (tá o pexe).

Enquanto o café se fazia lavei a cara com uma água quase congelada, para aquecer o motor foi um café quentinho com uns bolinhos e um resto de um belo medronho que o meu amigo Zé Dias me arranjou (com amigos assim nem eu quero saber de inimigos para nada) 😆 e estava pronto para o 2º round…

Desci o laredo nas calmas como sempre para não haver azares e comecei a pescar, gosto de procurar Robalos solitários que passam os laredos a pente fino em busca de alguma presa desgovernada que ande por ali perdida. Neste momento o mar já era menos e pescava melhor, o vento esse era quase inexistente, ao meu lado direito tinha uma pedra do meu tamanho cravada de mexilhão, a tal pedra onde eu tinha visto os Robalos à sombra no dia anterior, tive de ter cautela para não prender lá a amostra e ter atenção no caso de ferrar algum peixe.

 Hoje para ser um pouco diferente e não me alongar muito não vou entrar em detalhes sobre o momento da captura.

Foi uma ida à pesca que como tantas outras em que não tive qualquer peixe no 1º round mas no 2º lá safei a coisa e desta vez com um peixe um pouco maior do que os anteriores, isto não é como começa e sim como acaba, por isso até ao desmontar da cana é sempre pesca, não foi um Robalo velho mas já serviu bem como “Premio de Consolação”…

Deixa-te estar aí a apanhar sargos e depois queixa-te que eles não perdoam…

Momentos

Um “Sr.” que supostamente foi à pesca achou que ali era o local ideal para deixar o que estava a mais na carrinha, claro que não ficou lá nada.

Mais uma maré de lingueirão na Ria Formosa em que a coisa até nem correu mal e ainda apanhei uns quantos…

Bom pessoal, por hoje é tudo, fiquem bem…


 

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Um novo Dia uma nova Oportunidade

“Spinning”

Boas pessoal do vício!

Como o próprio título diz “Um novo Dia uma nova Oportunidade” isto porque no dia anterior apesar do esforço e dedicação a jornada resultou num valente chibo.

Esta foi mais uma investida ao spinning feita no aceio da manhã em laredo que apesar de o mar ter um toque a puxar para o forte tive de me adaptar às circunstâncias, pois não é o mar que se adapta a nós, nós é que temos que nos adaptar a ele se quisermos pescar em certos dias. A maré era ideal e o vento estava de feição, pelo menos estes dois factores estavam em sintonia o que já é bom nesta altura do ano.

Logo ao primeiro lançamento tive a amostra presa numa pedra que me feriu o multi junto ao nó do chicote e decidi que seria melhor perder cinco minutos e trocar o chicote ou arriscava-me a pagar o preço mais alto de todos no spinning, naquele momento estava na chamada hora sexual o que me deixou um pouco irritado e ansioso por estar a perder aqueles minutos preciosos em que eu tanto gosto de pescar, ou pelo menos tentar.

Com tudo aposto andei por ali a passear a amostra naquelas “trincheiras” marinhas a ver se andava algum Robalo a caçar e foi ao 4º ou 5º lançamento não sei já precisar bem que se deu o ataque, como a zona era de muita pedra tive de acelerar a recuperação não fosse o gajo ficar ali encalhado, peixinho já porreiro e o chibo estava safo nesta manhã, ainda vasculhei a zona de trás para a frente e frente para trás que nem um garimpeiro à procura de ouro mas a pesca estava mais que feita, valeu-me esta alma caridosa que veio lá não sei de onde para me safar o chibo, se bem que o não apanhar peixe tem uma coisa boa, um gajo não tem de carrega-los para cima nem de os arranjar hahaha (brincadeira). Enquanto subia, pássaros de canto mavioso davam vida à falésia o que me deixou ainda mais satisfeito e alegre.

Mais tarde por volta do meio dia era hora de fazer ali uma bucha porque o estômago já roncava e um gajo tem de comer alguma coisa, atão!! 

Não sou adepto de aceitar as modas que a sociedade moderna impõe, os “engodos” que o sistema implanta comigo raramente funcionam, vivo à minha maneira tentando sempre não prejudicar nada nem ninguém, mesmo que isso por vezes incomode algumas pessoas, e é aqui no “Território Lobo” que eu me sinto bem e gosto de estar…

Dei de caras com esta pouca vergonha, quem faz um serviço destes não merece o ar que respira nem muito menos a água que bebe, ainda por cima tão escassa que ela está…

Fez-me confusão um lugar tão bonito estar a ser castigado desta forma e resolvi meter mãos à obra, já que as autoridades ditas protectoras da Natureza só servem para passear de 4x4 e por vezes vão implicar é com coisas que não fazem mal nenhum, para bom entendedor meia palavra basta como se costuma dizer…

Depois de algum trabalho e umas dezenas de agachamentos a coisa foi ganhando outro aspecto…

Agora sim, muito mais bonito e agradável como devia ter estado sempre, espero que assim se mantenha por muito tempo…

Todos nós precisamos da Natureza e do Oceano, não custa nada protege-los…

Com a vinda do meu grande Amigo João Santana cá a baixo na passada 6ªf lá tivemos de ir ao sítio do costume comer uma carne grelhada com batatas fritas para desenjoar do peixe e das batatas cozidas, mas seja carne ou peixe uma coisa é certa, o vinho não pode faltar, esse nunca se enjoa 😄

Bom pessoal e assim me despeço deste relato, as capturas não têm sido em grandes quantidades nem de grandes exemplares mas é o que se vai arranjando para fazer aqui umas brincadeiras.

Haja saúde e força aí…


 

domingo, 6 de fevereiro de 2022

O Laredo Esquecido

“Spinning”

Boas pessoal!

Esta foi mais uma ida ao Mar a fim de fazer outra jornada de spinning, parece que a cada ano que passa fico mais viciado nesta modalidade, cada bocadinho que aprendo à custa dos meus próprios erros deixa-me mais interessado nesta coisa de lançar peixinhos de plástico e não só…

Uma jornada feita num laredo que eu tinha metido na minha lista de spots mas que foi ficando esquecido ao longo do tempo. Então num aceio da manhã que se mostrava bastante frio; até já me rio quando as pessoas se queixam do frio quando estão em casa e até se dão ao luxo de lavar as mãos e os dentes com aguinha quente, isso é coisa de maricas hahahaha na pesca não há dessas mariquices, sai-se do saco cama e lava-se os olhos com a água que ficou esquecida em cima da carrinha, “cá merdas”…

Desci pelo aceiro e já o dia dava sinais de claridade, cheguei lá a baixo e o mar fazia uma espuminha naquele fundão recheado de pedras, lançamentos uns atrás dos outros e com a claridade a mostrar-me a cor do mar quase transparente deixou-me desmotivado e decidi apostar tudo na espuma que se encostava a uma pequena pedra ilhada, depois de alguma insistência tive a minha recompensa ao sentir aquele ataque repentino e tão viciante, apertei com ele para não o deixar ir às pedras e pouco depois estava encostado a mim onde uma pequena onda o meteu a seco, feliz da vida arrumei-o ali num cantinho em segurança e aproveitei para gastar os últimos minutos antes de ficar totalmente dia, foi até perder uma amostra que andava ali a empatar na bolsa e fechei a jornada.


Por volta do meio-dia e olhando do cimo da falésia já as águas se mostravam completamente lusas e chibateiras
Pescar em cada laredo é como andar em mundos diferentes, são experiências únicas e compensadores a nível pessoal

A rosa-dos-ventos anunciava vento de Leste e as gaivotas passeavam-se ao sabor dele

Nada como apreciar este por do sol com um bom copo de vinho enquanto preparava o jantar, as noites passadas ao relento em locais noutrora desconhecidos que hoje são a minha segunda casa fizeram de mim o pescador que sou hoje, passar noites em lugares que para muitos “homens” seria um castigo ou como (pagar uma promessa) para mim é o paraíso, tal como para outros que se sentem no paraíso quando se passeiam em centros comerciais e coisas do género, isso para mim é o verdadeiro inferno…

O jantar neste dia foi umas salsichas com ovo mexido e arroz, tudo isto regado com uma garrafa de vinho oferecido pelo meu grande amigo João Santana.
Um gajo também tem de comer alguma coisa, atão…

Falésias que perdem o fim do mar de vista, é aqui que alimento a minha mente o corpo e a alma.

Com umas marés boas aproveitei para ir apanhar uns búzios aqui na Ria Formosa.


Num outro dia os lingueirões foram o alvo principal, ainda apanhei meia dúzia.

Tinha ali um saco quase roto e aproveitei para encher com alguma coisa que estava a mais perto de mim e fazia-me uma certa confusão na cabeça não sei porquê...
Bom pessoal por hoje é tudo, sejam conscientes e não deixem lixo espalhado no pesqueiro nem onde estacionam o carro...

Saúde e força aí.