quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Chumbadinha

“Chumbadinha”

Boas pessoal!

No início desta temporada tinha pensado em fazer umas pescas à chumbadinha para rentabilizar mais as minhas idas à pesca, ou seja; para compensar os kms que faço por vezes em vão, pensei que podia tentar uns sargos a pescar da falésia durante o dia antes de uma jornada de spinning por exemplo que muitas vezes termina num valente chibo, ou então fazer essa tal chumbadinha no dia seguinte e tentar apanhar algum sargo para fazer companhia a um soposto Robalo que tenha apanhado na véspera. Em termos de logística mental é mais um montão de coisas em que tenho de pensar mas por uma vez ou outra até pode ser que compense, para além disso e embora ainda não tenha acontecido ou até pode mesmo não acontecer mas também posso fazer dois dias a pescar nesta vertente para matar o vicio da pesca e não ficar tanto tempo sem pescar à espera que o mar reúna condições para fazer uma jornada de surfcasting ou de spinning, o que por vezes durante o Inverno posso ter de esperar meses que tal aconteça e o Inverno aqui é curto, passa num abrir e fechar de olhos…


Então neste dia em que os Sargos eram poucos no pesqueiro que eu escolhi, ainda juntei uns pexecos para trazer para a sopa. Logo no primeiro lançamento tive a triste infelicidade de ferrar uma salema, eu a pensar que tinha cravado um Sargalhão e olha, vai um gajo a ver se safa uns peixinhos e saca uma salema e ainda por cima das grandes, ou pelo menos maior do que o normal, este peixe para mim é um acidente da Biologia marinha que nem devia de existir, embora os entendidos digam que faz falta no ecossistema, enfim...
Entre o pica pica de pequenos sarguetes que foram devolvidos tive um momento de prazer calmo transformado num sobressalto quando sem estar à espera ferrei uma anchova assim que a chumbadinha caiu na água, nunca estamos à espera que uma coisa destas aconteça a pescar à chumbadinha, a gaja prega-me uma corrida que foi um gozo do catano, não é das espécies que eu melhor conheço nem que mais aprecio mas que dá um vício lutar com um peixe destes lá isso dá, ainda por cima a pescar fino e ter de lhe enfiar o cesto, coisa que já me tinha esquecido da última vez que o utilizei…


Para fazer esta pesca gosto de dias baços

A Natureza não precisa das pessoas, as pessoas é que precisam da Natureza, por isso há que protegê-la, mas não é cortando os acessos e proibindo a livre circulação de viaturas como costuma acontecer em alguns locais.

Acessos

Mais do mesmo, alívio mental

Acho que sou um aluno da Natureza, com ela aprendo mais em um dia do que aprendi na escola uma porrada de anos

Com umas marés boas aproveitei para ir aos búzios aqui na Ria, apesar do frio de manhã cedo ainda compensou, na cama de baixo das mantas é que não se apanha nada.


Um dia destes que o João Santana veio ao Algarve e me disse que tinha um lanche para nós, apressei-me a orientar as coisas e lá tivemos de fazer um petisco dos nossos que são sempre muito bem regados e de boa conversa…

Volta e meia lá tenho de fazer este sacrifício, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão…

Pessoal por hoje é tudo, muita saúde e portem-se bem.


 

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

O Ano começou e o Lobo Atacou

“Spinning”

Boas pessoal!

Passada a época das festas em que fiz uma pausa na pesca lá decidi voltar ao activo, a 2ª quinzena de Dezembro aqui no Sul é parecida ao mês de Agosto, gente por todo lado onde se vai, seja à pesca ou a passear à beira mar, a diferença é que não está aquele calor infernal do verão e como eu não gosto de enchentes e confusões parei por uns dias, mas a pensar em retomar no inicio do ano sempre que o mar o permita ou faça uma feição aceitável em algum spot que seja meu favorito.

Assim sendo comecei a seguir umas previsões que apesar de um pouco fortes poderiam deixar pescar numa zona onde tenho safado uns pexecos esta temporada, com tudo afinado rumei ao local escolhido para fazer a 1ª investida do ano.

Ao final do dia andei por lá a espreitar e encontrei umas poças com bastante vida nova e achei que seria interessante se investisse ali, pelo menos ia pescar com entusiasmo, o que para mim é muito importante, o spot ficava pertinho de onde já tinha tirado uns pexecos há umas semanas atrás.



Voltei à carrinha para comer uma bucha e quando dei por mim a noite já reinava e mal conseguia ver onde tinha o meu ceirão, como se não bastasse a escuridão ainda tinha o nevoeiro serrado, bem mas estava na hora de actuar, porque isto de estar por ali sentado numa pedra só a pensar no que posso fazer não me leva a lado nenhum, até me fez lembrar os gajos da alta sociedade que ficam à espera que alguém lhes façam as coisas… Aqui não há disso e vamos embora que há muita pedra para partir esta noite, só não tinha decidido ainda para que lado dava inicio à jornada, mas ir para a esquerda ou para a direita era o mesmo que trocar seis por meia dúzia.

Então comecei por fazer uns lançamentos pelo lado direito sempre com atenção onde metia os pés porque isto de pescar nestes spots um passo em falso e as coisas podem acabar mal, ou muito mal mesmo se levarmos em consideração que estou sozinho num sítio de difícil acesso que ninguém sabe e sem rede no telemóvel.

 O mar apresentava-se forte, mais forte do que eu esperava, mas não me restava alternativa a não ser arriscar ali mesmo, depois de alguns lançamentos e trocas de amostras, algumas paragens pelo meio também, eis que fui contemplado por um ataque de um Robalo, com a ajuda do mar que naquele momento me ofereceu um valente set e quando dei por mim o peixe estava em seco, guardei-o na saca e satisfeito voltei aos lançamentos palmilhando por ali afora caminhando por cima das pedras, grande parte dos lançamentos saiam gorados pela força do mar que me cuspia a amostra cá para fora sem a conseguir sentir a trabalhar, quando menos esperava tinha outro peixe porreiro a bater e encalhei-o ali numas pedras, foi fazer companhia ao outro para dentro da saca, pelo menos não estavam sozinhos, satisfeito por já ter dois peixes porreiros a salvo continuei para lá e para cá até que ferrei outro que pelo bater lembrei-me logo que fosse uma baila e era mesmo, espécie sempre bastante energética quando é capturada ao spinning. Com três peixes guardados para trazer já estava satisfeito e a pesca para mim estava feita mas como ainda tinha água para pescar mais 1h e não tinha pressa aproveitei, tento rentabilizar as minhas jornadas sempre ao máximo para compensar as centenas de kms que faço e o gasóleo que gasto para ir à pesca, ainda por mais nunca sei quantas semanas vou ficar sem poder pescar por estas bandas porque o mar nesta altura do ano é o que todos nós sabemos.

 Levei outra mocada e tinha mais um peixe energético a debater-se na outra ponta da linha mas foi sol de pouca dura e soltou-se, penso que fosse outra baila, fiquei com pena mas isto da pesca é mesmo assim, perder peixe faz parte e por isso “vamos em frente porque atrás vem gente” mais uns lançamentos e a amostra começou a bater demasiadas vezes nas pedras até que decidi dar por encerrada esta jornada. 


Depois do peixe lavado e arrumado na geleira era tempo de picar qualquer coisa antes de me amalhar um bocado para descansar um par de horas, um gajo para além de apanhar pexe também tem de comer alguma coisa atão!!!

Eu saio do Mar, mas o Mar nunca sai de mim

Adoro dias assim

Em certas zonas a pesca para mim é sempre em modo de passeio

Ainda houve tempo para deixar o spot um pouco mais limpo antes de vir embora

Uma ida à maré para fazer o Xarém 

Uma ida à maré para fazer um arroz

Só para desenjoar dos berbigões e dos lingueirões

Em vésperas de Natal juntei-me com o João Santana para o jantar da malta rija (na rua) ainda apanhamos ali uma caixa de sargos e só não veio um robalo também porque o bandido fugiu hahahaha…

Pessoal por hoje é tudo, muita saúde força aí…