sexta-feira, 26 de maio de 2017

O Lobo e a Raposa (parte 1)

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Esta foi uma noite de Surfcasting aqui na Costa Sul em que não sabia o que me esperava, claro que a pesca é isso mesmo mas na Costa Sul normalmente os mares do quadrante sul trazem lixo (algas), o que por vezes impossibilita a prática da pesca. Nada como dar um tiro no escuro e ir ao pesqueiro ver o que se passa, assim foi…


Preparei tudo e timidamente abordei o spot, a coisa não começava da melhor maneira e tinha uma raposa sentada a olhar para mim mesmo no sítio onde eu queria ficar “já o burro não vai direito” pensei eu… “Há muito tempo que não te deixavas ver óh zorra”. Não vale a pena tentar fugir dela porque para onde eu for ela vai também, então vá de montar o material e tentar afugentar a zorra, qual quê quanto mais eu a enxotava mais ela vinha, “ tem de haver sempre qualquer coisa para me complicar a noite, ou é o mar que está forte demais ou é o limo ou são os gajos dos holofotes e hoje é a raposa” porrrrrraaa!!!!


Bom, montei apenas uma cana para tentar perceber como estava aquilo por ali… Confirmava-se a presença de algum lixo mas já tinha visto dias bem piores, acabei por montar a outra cana também, foram saindo uns sargos e aos poucos fui juntando alguns de boa bitola enquanto outros iam sendo devolvidos. Claro que isto tudo sempre de olho na raposa que estava à espera de uma oportunidade para me gamar alguma coisa, mas teve pouca sorte porque o saco da comida enterrei debaixo do ceirão, a saca do peixe esteve sempre atada com um cordel e o balde do isco andava sempre comigo, “ se estavas à espera dum gajo distraído esquece porque aqui na mamas nada”


 Acabou por ser uma noite de pesca produtiva
Dois Sargos de 1,100kg e 1,200kg perfazendo no total 6kg de Sargos.


Com o calor já apetece apanhar um marisco para o petisco, e naquelas regueiras que ficam “ilhadas” onde os ciganos não chegam dá para apanhar sempre qualquer coisa, sim porque os ciganos molharem-se a cima do joelho "tát sogado" neste caso foram umas ameijoas 😊


A raposa bem que tentou, mas quem o papou fui eu 😋

Este final de temporada tem sido uma surpresa para mim, com boas pescas feitas aqui “perto” de casa.
Entretanto esta semana foi uma correria para aproveitar as condições de pesca em spots distintos e numa dessas investidas fiz outra noitada no mesmo sitio, uma pesca que nem estava à espera, bom mas isso é historia que fica para contar para a semana que vem ;)
Saúde e força aí pessoal.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Presentes do Mar

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Mais uma jornada de surfcasting para contar, num dia em que tinha pouca fé mas ainda acabei por apanhar uns pexecos que para mim foram como uns "presentes do Mar"
Têm saído umas Douradas nos molhes mas não tenho paciência para pescar nesses sítios, salvo raríssimas excepções em que me palpite pouca confusão; em tempos apanhei umas boas Douradas nesse tipo de pesqueiros, na altura os molhes estavam quase vazios, agora parecem formigas; não obrigado…


Então rumei a um spot onde não havia muito tempo que lá tinha apanhado uns pexecos, final do dia material montado nas calmas e tudo preparado como eu gosto, canas na água e o tempo foi passando, escureceu e nada de peixe, tal como ia assim vinha, quero dizer vinha um pouco mais pesado com o limo que anda por aí só para dar trabalho e dificultar a faina…

Bom!! Entretanto fui comer uma bucha, tinha deixado o ceirão em cima de umas pedras quando encontro o pão cheio de formigas “olha parece que as formigas têm mais fome que os pexes” depois de sacudir as formigas do pão lá fiz uma sandes de presunto e nisto passou-se meia hora, quando vou à cana tinha a linha estendida na areia e virada para norte, gosto tanto quando isto me acontece 😊  recuperei a linha e tinha lá um robaleco bem bom e pensei (olha para quem estava com pouca fé até nem tá mau) peixe na saca…


De seguida perdi ali alguns minutos a preparar uma nova iscada mas valeu a pena porque foi para a agua toda muito bem aprumadinha e sai outro robaleco para a saca, este um pouco mais pequeno mas de boa bitola ;)
Ainda tirei depois mais uns pexecos para a grelha e foi até aparecerem uns tipos que chegaram já tarde e acho que devem ter vindo de Marte ou coisa parecida, para começar meteram uns starlights que aquilo mais parecia a luz de nevoeiro de um carro e depois para terminar em beleza tinham umas lanternas que deixavam qualquer piloto de aviação encandeado lá em cima.

Não percebo estes gajos, querem pescar à noite e depois fazem uma feira daquelas, epá se gostam de pescar com tanta luz pesquem de dia e assim não incomodam aqueles que gostam de pescar no escuro. Eu a pensar que ia passar a noite sozinho e tranquilo só com as minhas caninhas e aparecem aqueles invertebrados para me estragarem o final da pesca…


No dia seguinte como é de costume quando tenho oportunidade, aproveitei para dar os meus passeios pela Costa e visitar alguns spots.






Nesta altura do ano o petisco principal por cá são os caracóis e estes estavam mesmo bons, normalmente estas caracoletas que são apanhadas à volta do cemitério estão sempre gordas e muito saborosas 😋

Saúde e força aí pessoal.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Proibido desistir

“Spinning”
Boas pessoal!
Não tem sido fácil sentir um peixe ao spinning, mas como o próprio título indica é proibido desistir.
Andei por aí a dar umas voltas e a visitar sítios que não ia há muito tempo, fui acompanhado de mim próprio e foram dias porreiros com algumas investidas em modo de passar o tempo.


Numa certa noite em que o mar até tinha jeito ferrei este kileiro ao primeiro lançamento.
Quando apanho peixe ao primeiro lançamento ou é porque está em monte ou é filho único, é claro que o mais certo é ser o único, coisa que se veio a confirmar mais tarde com dezenas de lançamentos sem obter qualquer resposta do outro lado  (vinil)


Outro dia fui visitar um laredo de que gosto muito, fui ao entardecer do dia anterior e passei lá a noite para não perder tempo logo no aceio da manhã…
Quando toca o despertador a vontade de sair do saco cama não era nenhuma, mas não podemos acordar a pensar nos chibatos que já levamos e sim acordar a pensar no tal Robalo que poderá estar à nossa espera lá em baixo…À medida que percorria o trilho ainda luz fusco em direcção ao pesqueiro o canto dos pássaros anunciava mais um dia de Primavera, adoro estes laredos que foram moldados ao longo dos anos pelos ventos e chuvas abrindo verdadeiras trincheiras naturais.
O resultado foi positivo com uma captura de 2,5kg (vinil)


Outro dia em que até nem era para ir pescar porque a fé não era nenhuma, acabei por ir e o resultado foi este, uma captura um pouco insólita, um rodovalho que por acaso já é o 2º que apanho ao spinning. Foram muitas horas a coar agua para encontrar apenas um peixe e ainda por cima plano.


Este lá teve de ir fazer companhia às batatas 😊

Saúde e força aí pessoal.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Suestão de Sargalhões

“Surfcasting”

Boas pessoal!
Há pouco mais de uma semana meteu-se aí um Suestão muita bruto, não tenho memória de alguma vez ter entrado um tão forte…
Fez alguns estragos não só na Costa mas também na Ria destruindo um pontão de apoio flutuante e levando alguns barcos à garra, a coisa só não correu pior porque as marés eram mortas…

Bem mas este não foi um mar inesperado, pois já havia uns dias que as previsões anunciavam tais condições e eu esperava ansioso por esse mar, só faltava decidir o dia, a hora e o spot onde iria atacar…

Guiei-me pela minha intuição e sem saber se conseguia pescar ou não lá fui eu com a tralha às costas, acho que em outra vida devo ter sido xerpa ou coisa parecida.
Ir pescar com aquele mar seria um risco (não risco de integridade física mas de todo aquele trabalho e logística ter sido em vão) mas também o que é a pesca ou a vida sem “riscos” 


De início e apenas com uma cana montada para sondar o que havia debaixo daquela capa de água tapada, lá fui pescando umas coisas “interessantes” tais como; sacos de plástico, árvores, cordéis, até uma camisa de flanela, etc, etc, havia de tudo um pouco a dar à Costa, mas peixe nem sinal. Andei por ali entretido e como via a coisa mal parada estabeleci um prazo, se não desse nada até certa hora levantava ferro e ia-me embora…

À hora marcada para arrumar vejo a cana dar uns toques e quando recolho tinha lá um Sr.Sargo de 1,3kg… bom vou fazer mais um lançamento para descargo de consciência e vou-me embora porque isto deve ser um Sargo perdido só para me fazer criar raízes aqui na praia, passados quinze minutos tiro o sargo mais pequeno que guardei nesta jornada, 500g e a partir daí foi um ver se te avias…

Montei a outra vara à pressa e foi uma correria de uma cana para outra, volta e meia sacava um Sargo que guardava ou um sarguete que devolvia, entre algumas iscadas havia estralhos para substituir, havia sargos embuchados que me faziam perder tempo, sacos de plástico que faziam a pesca encostar a terra e ainda um chicote partido com uma árvore que o mar trouxe, satisfeito com a pesca que estava a fazer e ao mesmo tempo irritado e stressado com aqueles pequenos contratempos que iam surgindo e que faziam com que as pescas ficassem demasiado tempo fora de água.

 Chegou uma altura que até já me doía a “padaria” de tanto patinar naquela areia e passado pouco tempo assim como apareceram desapareceram num abrir e fechar de olhos. Foi uma jornada 100% Sargueira, pois apenas esta espécie marcou presença no pesqueiro com exemplares de boa bitola (sete Sargos entre 1kg e 1,4kg)  e a soma total da faina foram 12 kg…


A presença de “nuvens” de espuma na praia indicava que o mar bateu forte durante algum tempo, o que normalmente faz com que os Sargos de bom tamanho venham a terra em busca de alguma comedia que o mar revolto tenha depositado junto à praia…

Saúde da boa e força aí pessoal