“Surfcasting”
Boas
pessoal, tenho andado bastante afastado desta vertente de pesca na praia, hoje
escrevo para todos vocês claro mas com especial atenção para os amantes da
modalidade de surfcasting que já me questionaram se tinha deixado esta
vertente. Não, não deixei de pescar ao surfcasting e não pretendo fazê-lo...
O
despertador tocou às 5h da manhã, acordar tão cedo até é uma falta de respeito
pelo sono, ainda por mais quando foi uma noite mal dormida devido à ansiedade provocada
pela dúvida de se ia ou não ia à pesca, pelo sim pelo não tinha ficado tudo
preparado na véspera, era um dia daqueles que até o próprio café precisava de
um café.
Neste dia
esperava o melhor mas tinha de estar preparado para o pior, e o pior
confirmou-se assim que dei os primeiros passos no areal ainda de noite e
detectei logo a presença de grandes quantidades de algas, a maior dor de cabeça
para qualquer pescador de surfcasting.
Decidi
montar apenas uma cana e ainda bem que o fiz, porque era impossível pescar com
duas canas, em cada lançamento a linha ficava cheia de “alface” rapidamente e
tinha de recolher a pesca ou ia dar com ela em seco a ser mastigada pela
rebentação, de um momento para o outro começaram a entrar uns robalécos no
pesqueiro e vieram acompanhados de umas bailas pequenécas, o insólito disto
tudo é que descobri sem querer que o peixe não estava a pegar no isco fresco
mas sim num isco que já tinha sido congelado e descongelado duas vezes e que
por acaso só o levei como isco suplente, é caso para dizer que “Galinha velha é
que faz bom caldo” como dizia a minha Avó…
Ainda safei a pesca com um total de oito peixes (sete robalos entre 1kg e os 2kg e uma
baila), no decorrer da pesca ainda devolvi quatro bailinhas e já no final dois
robaletes que penso que nem medida tinham e mesmo que tivessem a roçar a medida
não os trazia, pois já tinha a pesca feita e não havia necessidade.
Então e depois
de acabar o tal isco velho!!? Pois é, comecei a usar o fresco e por incrível
que pareça não apanhei nem mais um único peixe que se aproveitasse. Uma coisa que eu estranhei foi a
ausência de Sargos neste dia, o mar até estava bom para eles mas o certo é que
não apareceram, talvez não fosse o dia deles ou então andaram por outras
paragens, no entanto eu desconfio de um fundamento para essa ausência, mas vou
precisar de mais algumas jornadas de pesca como esta para chegar a uma
conclusão.
Foi uma
jornada difícil, trabalhosa e apesar de ter safado uns pexecos foi uma pesca
bastante chata e cansativa devido ao lixo que o mar trazia o que fez com que
pescasse sempre sobre pressão, uma grande dúvida permanecerá; será que se tivesse
mais daquele isco velho ou se não houvesse lixo e tivesse conseguido pescar com
as duas canas tinha rentabilizado mais esta jornada!!? É daquelas coisas que
nunca saberei…
Enquanto
desmontava a cana e arrumava o material ainda fui brindado por uma boa chuvada,
se gostei na altura!!? Não gostei, mas faz tanta falta que nem tive o direito
de reclamar. No regresso à carrinha encontrei um “Cámon” acompanhado por um cão
de respeito mas ao mesmo tempo com um ar amistoso e que me informou que no dia
anterior estiveram lá uns pescadores e que não conseguiram pescar, pois nesse
dia nem me passou a mim pela cabeça ir à pesca, e porquê!!? Porque já fiz essa
asneira no passado e não volto a fazê-la, aprender com os próprios erros e com
as experiencias que faço dá-me mais confiança com o passar dos anos para escolher o melhor dia para ir à pesca, no entanto
há que ter sempre uma coisa em mente, é que a pesca não é uma ciência exacta…
tive de fazer a baila para o meu almoço, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão 😋