quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A Hora mudou e o Lobo atacou

“Surfcasting”
Pois é pessoal, com a mudança da hora achei que podia enganar algum Robalo, como os gajos não sabem que a hora muda e não têm relógio fui 1 hora mais cedo a ver se enganava algum 😂 (brincadeira claro)
Bem, neste dia desafiando toda a lógica fui para o spot onde tinha menos esperança, de vez em quando gosto de fazer umas investidas assim, por vezes até corre bem, outras nem por isso.

Não posso dizer que correu às mil maravilhas mas também já tive jornadas bem piores. O limo marcou alguma presença e acho que este Inverno me vai gorar algumas jornadas, vamos esperar para ver, mas o que me chateou mesmo foi o facto das chumbadas estarem a arear, logo no primeiro lançamento a pesca areou de tal maneira que não a consegui tirar, não estava à espera de tal situação e deixei a cana tempo demais a pescar, quando fui recuperar a chumbada recusou-se a sair e foi até partir claro, milagres só em “Fátima” e mesmo assim já não é o que era…
Pensava também que ia ficar por ali sozinho e tranquilo quando chegam dois pescadores “Olha afinal temos festa” disse eu em voz alta falando sozinho, o que me valeu foi um bico de pedra que estava ali perto e fez com que ficassem um pouco afastados, serviu de fronteira…


Depois de nova montagem feita, chicote e aquelas coisas todas voltei ao trabalho e daí em diante tive de estar alerta para evitar que as pescas areassem ou então arriscava-me a passar aquele tempo que tinha em mente para pescar a fazer novas montagens e a perder material. Ainda pensei em rumar a outro spot mas depois de dar tantas voltas à ideia resolvi ficar por ali mesmo.

Não tive descanso devido ao limo e ao “arear” das chumbadas e chegou a uma altura que já estava exausto, pois na pesca não se gasta só energia física como também mental. Já levava um bom par de horas a pescar quando os meus vizinhos abandonaram o local e bazaram, talvez pelo facto do mar estar a arear e de haver pouca actividade, foi neste instante que eu vejo uma das canas a bater e lá me saiu este Robalo já bonzito para enganar mais uma vez o fantasma do chibo que está sempre presente, fiquei satisfeito, guardei o menino dentro da saca e continuei a pescar numa noite que estava bastante húmida mas amena.

Ainda insisti mais algum tempo mas a única coisa que tirei foi uma baila e um pregado que foram ambos devolvidos, acho que nem medida tinham sequer.


Pescar aqui proporciona-me momentos e experiências que me fazem viajar para longe do materialismo e interesses que me sufocam diariamente onde vivo.


Os odores emitidos pela Natureza e envolventes são como uma terapia para mim.



Bom mas agora falando de coisas sérias, um dia destes o amigo João Santana desafiou-me para irmos petiscar qualquer coisa e beber uns jarros de vinho, como estava livre não recusei e convidei também o Cristóvão (Mata Chibos) para se juntar a nós, fizemos mais uma boa pesca sentados à mesa a dar ao dente e entre outras coisas a falar de “pexe”.


Um gajo tem de comer alguma coisa 😋



Mais uma apanha de lixo trazido pelo mar.
Ao longo dos últimos anos tenho lutado bastante para manter os meus spots favoritos minimamente limpos, junto ao mar é complicado, é como remar contra a corrente porque o mar está constantemente a trazer lixo, já no cimo das falésias tal como nos aceiros e trilhos a coisa é diferente, o lixo que apanhei nos últimos anos, algum que certamente lá morava há mais de vinte anos, sítios que com quase toda a certeza nunca tinham sido limpos, por aqui a coisa até se tem mantido minimamente aceitável embora haja sempre vestígios de que tenha passado por ali algum Atrasado Mental.

Por hoje é tudo pessoal.
Já agora desejo um bom dia do Homem para todos (dia do Homem = dia de todos os Santos)
Saúde e força aí.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Dia de Aguídão, Robalo no Ceirão

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Estava ansioso por meter novamente os olhos nesta Costa, assim que cheguei à beira da falésia e vi o mar até onde a minha vista alcançava senti um consolo inexplicável, saí da carrinha e sentei-me numa pedra a matar saudades disto tudo enquanto olhava à minha volta, e que saudades que eu tinha de me sentar em cima de uma pedra daquelas tão confortável.

O Mar mostrava boa cor mas era um pouco forte, no entanto a tendência era para descer gradualmente ao longo da tarde e até lá tinha tempo para estudar bem a coisa, logo detectei um pequeno problema, é que nesse sítio exacto onde eu queria meter as canas a pescar tinha alguma “carência” de areia, o que não é normal nesta altura do ano, pois ainda mal não começou o “Inverno” e já isto está assim, pensei que meter as canas a pescar ali no meio de tantas pedras seria o mesmo que entrar numa rua perigosa, então acabei por ficar um pouco mais ao lado num fundãosito que mais parecia uma daquelas piscinas naturais em que os putos brincam no verão quando a maré está vazia.


Bom, mas já em acção de pesca o tempo foi passando e a actividade era nula, com o mar bom, maré boa, spot bom e peixe nada, é o mesmo que dizer (o canário é bonito mas não canta), cerca de 30 minutos mais tarde reparei que uma das canas afrouxara um pouco, bom afinal parece que já “pia” qualquer coisa. Peguei na cana e ao sentir que tinha lá peixe fui recuperando aos poucos, deu umas cabeçadas mas nada de mais e só ali na borda de água é que o Robalo teimou um pouco em separar-se do mar, mas teve de ser, vinha embuchado e por isso não lutou enquanto estava mais fora, Robalo guardado no ceirão e continuei a pescar mais algum tempo.

Um peixe solitário livrou-me o chibo nesta jornada, embora tivesse pescado cerca de mais uma hora e meia a seguir à captura a noite estava feita e não valia a pena pedir satisfações ao mar. Fiquei satisfeito, pois já precisava de uma noite destas, ar puro, paz e tranquilidade.
Agora anseio pelas noites húmidas e madrugadas frias de Inverno, noites de sofrimento mas que no fundo eu até gosto…



Aguídões
Nesta altura do ano quando chove e no dia seguinte faz sol, normalmente dá-se o “desabelhar” das aguídas e aguídões, e foi o que aconteceu neste dia assim que o sol espreitou com força num ambiente ainda meio húmido e quente. Nos tempos em pescava em Vila Real de S.António conheci um velhote que me disse que nos dias que as aguídas desabelhavam ele apanhava sempre um bom peixe, como desde puto sempre gostei de conversar com os mais velhos porque acho que com eles aprende-se muita coisa sobre a Natureza nunca mais me esqueci de tal conversa, se é verdade ou não isso já não sei, mas o que é certo é que neste dia aconteceu…


Aguída


Aguídas


Com tanto tempo sem vir para estas bandas é claro que vinha cheio de força de vontade de fazer alguma coisa de útil pela Natureza, como sei que poucos ou nenhuns por aqui são capazes de apanhar lixo tive de calçar as luvas e meter mãos à obra.
Foi com toda a certeza a maior apanha de lixo que alguma vez fiz no mesmo dia.
É caso para dizer que é o meu record em lixo apanhado.


Neste dia a carrinha veio cheia, mas não foi de peixe.



Um dia destes combinei uma petiscada com os amigos João Santana e o Bruno Cavaco (Capitão) meti o avental e preparei uns “periquitos fritos à Lobo” 😂  afinal o pessoal tem de comer alguma coisa 😉 


Mesa pronta e tudo apostos para trincar uns tordos 😋


Neste final de dia ainda quente eu e o Capitão optamos por varrer ali uma boa teca de cervejolas enquanto o João lá teve que despachar a garrafa do tinto. Os petiscos com os amigos da pesca é outra forma de pescar e neste dia não foi excepção, também contámos velhas histórias e relembramos outros tempos, isto tudo claro sempre bem regado.
Pessoal por hoje é tudo, haja saúde e força aí…

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Recomeçar

“Spinning”
Boas pessoal!
Já havia uns meses que não vinha aqui escrever nada, não é novidade nenhuma para a grande parte de vocês que já sabe que eu não pesco no verão.
Como bom Algarvio de gema estou proibido de tirar férias no verão, sinceramente nem me passa pela cabeça cometer tal erro e acho que qualquer um sem ter de pensar muito sabe bem porquê.

Mas o tempo agora apesar de ainda estar quentinho já é outro, anuncia mudanças, os cheiros estão diferentes, os amanheceres são diferentes, a linha onde o sol roda já é outra e isto em conjunto com tantas outras coisas por vezes chegam a dar-me uma sensação boa e quase inexplicável (assim tipo aquela que tinha em miúdo quando começavam as férias grandes de verão e sabia que ia ficar meses sem meter os pés na escola e sem ver as bruxas das professoras que só me faziam a vida negra).


O relato que vos trago hoje para contar, foi uma simples jornada de spinning em modo de brincadeira só para ver se ainda sei mexer nestas coisas 😊  no mês de Setembro fiz aí duas ou três investidas para brincar à pesca e matar saudades, quando ficamos tanto tempo afastado deste mundo, qualquer simples ida à pesca mesmo sem grandes resultados já é bastante satisfatório, certamente que lá mais para a frente não vou ter a mesma opinião 😊

Neste dia em questão madruguei e fui ver o nascer do sol, andavam por lá umas bailas pequenecas e entre alguns ataques que tive ainda tirei duas que foram devolvidas, um pouco depois e já com o passeante cravei este robalote kileiro que veio comigo e foi o almoço cá em casa nesse mesmo dia.
O simples ritual de lavar as mãos para tirar aquela “goma” que o peixe liberta sabe-me tão bem como respirar, depois de tanto tempo afastado do que me faz sentir vivo.


Cores do amanhecer


Os petiscos com o amigo João Santana este verão foram poucos, umas vezes por motivos de força maior e outras vezes porque não estávamos em sintonia, mesmo assim ainda demos ao dente umas poucas vezes e algumas até esquecemos da foto da praxe. Nesta tarde de calor a equipa de ataque fui eu, o João e o Capitão (Rei do Charroco) este homem até com o mata moscas ele apanha charrocos 😂


Neste dia levantei-me cedo e fui à maré onde apanhei lingueirões e também uns berbigões, depois do material babujar o dia todo, preparei uma frigideira onde fiz uma cebolada de marisco com alhos, juntei-lhe uns camarões que estavam esquecidos na arca e com um pão de kg ainda deu para beber uma grade com o Capitão, um gajo tem de comer alguma coisa 😉


Aqui a ementa foi conquilhas e berbigão só para desenjoar, tem que se comer alguma coisa 😉


Neste dia juntei-me com o João e o Cristóvão (Mata Chibos) foi uma noite engraçada com algumas histórias e risadas pelo meio bem regadas com muita bebida, o café fechava às 24h mas só demos por isso quando já eram 2:30 da manhã   hahahahaha


Algures na Ria Formosa


Ainda tirei uma Safata de 800g mas só em casa é que vi que o peixe tinha ficado com um escorrido de sangue, decidi não publicar porque acho que é um pormenor que fica muito feio.


Sabe tão bem uma cerveja gelada depois de vir da maré numa manhã de calor.
Pessoal por hoje é tudo, saúde e até à próxima, força aí…