domingo, 12 de janeiro de 2025

3 h da Manhã

“Spinning”

Boas pessoal!

Poucos dias se tinham passado da última investida na noite da passagem de ano e resolvi fazer um novo ataque, como a coisa tinha corrido bem naquele laredo resolvi voltar lá de novo a ver se tinha ficado por ali algum peixe comprido esquecido 😉

Há jornadas de pesca que são fruto do próprio dia, mas ele há outras jornadas ou outras capturas que são o resultado da experiência que se vai adquirindo ao longo dos anos, principalmente no que diz respeito ao conhecimento do pesqueiro em si, laredos como este com caneiros onde os Robalos se passeiam calmamente sem dar nas vistas dos seus predadores (nós os humanos) e ao mesmo tempo passam despercebidos das suas presas favoritas, esperando assim o momento certo para caçar pequenos polvos, camarões, cabozes e até navalheiras, presas que por sua vez tentam confundir o Robalo camuflando-se no seu meio envolvente. 

Depois de uma viagem de mais de 100 km cheguei ao spot no final do dia e dei uma olhadela ao mar para ver como estava a sua cor e tamanho, recolhi-me então aos meus aposentos para esticar e descansar o esqueleto que estava maçado de uma maré de búzios que tinha feito nessa manhã bem cedo, rapidamente adormeci e umas horas mais tarde acordei com uma foméca daquelas que só mesmo uma comida à homem consegue atamancar, sai uma feijoada quentinha com pão torrado e um copo de vinho, um gajo também tem de comer alguma coisa atão 😆

Logo de seguida uma cafezada com um Cardhu e uma melga prestes a aterrar na minha torta que também foi na virada, ninguém a mandou fazer-se de convidada 😄

Já perto das 3h da manhã e com muito cuidado tal e qual na última vez fui descendo aquele buraco que fica lá para os lados dos confins do mundo, desta vez o mar era menos o que me deixou logo de início mais descansado, pois não iria ter aquelas escoas nem os rebolos a baterem-me nas canelas.

Em acção de pesca não foi preciso esperar muito para uma baila bem jeitosa jogar-se à minha amostra, peixe cá fora e mais meia dúzia de lançamentos a sua irmã também comprou o bilhete de passagem do estado liquido para terra firme. Falando eu comigo mesmo (olha a coisa até nem vai mal, hoje é o dia das bailonas kileiras), pensava eu que era o dia das bailas pois não apareceu mais nenhuma.

Estava na hora dos Robalos marcarem presença também nesta jornada e sai um Robaleco já bom, fiquei satisfeito pois já tinha três peixes jeitosos ao spinning o que nos dias de hoje é bastante positivo, foi preciso esperar um bom bocado e fazer uma série de lançamentos até conseguir convencer o segundo Robalo a abrir a boca, este já maiorzinho do que o outro era um peixe energético e que me deu um gozo tira-lo por entre aquelas pedras.

Posso dizer que nesta noite o mar recebeu-me de braços abertos com quatro bons peixes, foi uma noite dançando e saltando de pedra em pedra.

Material utilizado:

Cana: 3 m

Carreto: 4500

Multi: 0,18

Amostra: Átila da Hunthouse

Já de manhã cedo antes de abandonar o local aproveitei para beber um café quente naquela manhã fria enquanto observava a beleza daquele sítio, sinto-me bem aqui, sou viciado nestas paisagens, neste cheiro, neste clima, mas ao mesmo tempo sinto alguma tristeza quando vejo que o turismo está a “estrangular” a verdadeira essência e magia destes spots, a excessiva exploração de algo tão potencial como lhe chamam será certamente a sua morte…

Liberdade

Mar

Búzios

Pessoal por hoje é tudo, haja saúde e portem-se bem 😏


 

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