segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

A Sorte dá Trabalho

“Surfcasting”

Boas pessoal Robaleiro 😊

Este tem sido um Inverno generoso comigo no que diz respeito a Robalos, mas eles não veem ter comigo, sou eu que vou à procura deles se é que me entendem, desde o início disse para mim mesmo que nesta temporada não ia facilitar e desde então tenho-me dedicado com afinco, dias e noites, frios, ventos, humidades, chuva no lombo, dores no corpo articulares e musculares do cansaço e falta de ir à cama, a juntar a isto tudo também há muito trabalho de casa para fazer desde a preparação e limpeza do material, os iscos, estudar previsões e pensar em alternativas, por vezes inventar e reinventar, etc, etc, neste caso e como se costuma dizer por aí, a sorte dá trabalho...

Ainda no dia antes tinha lutado contra umas condições super difíceis de mar forte e muito limo em que eu acho que fiz tudo e muito mais que tudo para conseguir dar a volta à situação mas nada resultou, sem baixar os braços tentei manter a moral elevada e no dia seguinte lá fui eu outra vez patinar na areia, com um vadeador a precisar de reparação e o outro todo molhado e mal cheiroso a precisar de ser lavado optei por levar o equipamento de neoprene…

Finalmente com as canas a pescar restava-me esperar que eles não fizessem cerimonia e comessem o pitéu que eu lhes tinha preparado para aquela jornada em que cheguei ainda cedo para montar tudo nas calmas e começar a pescar ainda de dia antes que a prometida chuva chegasse, com uma cana a pescar aos Robalos e outra a pescar aos Sargos estes últimos lá iam dando o ar de sua graça e a conta-gotas lá foram saindo uns poucos, os mais pequenos eram devolvidos e os mais jeitosos eram guardados na geleira...

A noite chegou e com ela umas pingas de chuva que volta e meia me acertavam na cara, certificava-me frequentemente de que as iscadas estavam em bom estado e as pescas trabalhavam bem, foi então numa dessas vezes que quando cheguei à cana tinha boas notícias (a linha estava frouxa, muuuuuito frouxa) 😉gosto tanto quando estou a pescar aos Robalos e isso acontece, carinhosamente peguei na cana e no meio da escuridão enquanto caminhava pela praia e recuperava cautelosamente metro a metro a minha mente imaginava o que se estava a passar no liquido, aos poucos eu sentia que ele estava mais perto, ao mesmo tempo parecia que o velhaco me sentia o cheiro e cabeceava para tentar libertar-se do anzol mas foi em vão…

Com a ajuda das ondas veio sucumbir aos meus pés e não perdi tempo a meter-lhe os dois dedos nas guelras e trazê-lo comigo para uma zona segura, mais um bonito exemplar para a minha conta este ano, para alguma coisa serviram as 50 passas que eu papei na noite da passagem de ano e pelas quais pedi 50 Robalos como desejo, ainda hoje arroto àquelas passas 😄

Ainda fiquei mais um par de horas à pesca mas a teimosia da chuva acabou por me convencer a abandonar o local e com tudo molhado e cheio de areia acabei por já não tirar a foto do total da faina no pesqueiro, estes foram os Sargos que selecionei para trazer comigo…

Aproveitei um dia em que não ia à pesca para apanhar meia dúzia de lingueirões e uns buziozinhos que se atravessaram no meu caminho vieram também...

Volta e meia quando tenho tempo e a cozinha está livre gosto de ir para o fogão, neste dia fiz uma espécie de caldeirada à Lobo com uns chocos que eu tinha encontrado dentro de um dos muitos covos que dão à costa durante os temporais de Inverno aqui no sul do sul, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão 😋

Bom pessoal, por hoje é tudo, saúde da boa e força aí…


 

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Procurando Alternativas

“Spinning”

Comé que é pessoal Robaleiro!

Com a Mãe Natureza a cumprir o seu defeso natural como é de costume nesta altura do ano, fica difícil encontrar alternativas, quantos mais anos passam mais spots eu procuro e faço as minhas experiencias, mas mesmo assim por vezes é difícil encontrar uma solução, com o Inverno por um fio e a primavera ao virar da esquina há que aproveitar ao máximo pois as andorinhas já começaram a chegar aqui no sul do sul e as oportunidades de fazer boas capturas não tarda começam a escassear, no entanto estou por tudo, uma vez que prometi a mim mesmo que esta temporada seria para ser levada muito a sério e sem espaço para erros nem vacilos, mesmo assim já deixei passar duas ou três oportunidades que muito possivelmente me teriam dado boas capturas, enfim, vamos para a frente que atrás vem gente como se costuma dizer...

Então um dia destes em que as condições eram demasiado agressivas para os locais que eu gosto de pescar e depois de estudar as previsões muito minuciosamente para um sítio que eu já me tinha esquecido da última vez que lá tinha pescado, lá preparei o material e fui lançar umas amostras.
Saí de casa já depois do jantar e fiz-me à estrada, quando lá cheguei havia dois pescadores de surfcasting logo ali no início da praia, montei a cana e equipei-me, passei pelos dois Srs. cumprimentei-os e lá fui praia fora lançando umas amostras, não estava fácil pois a praia estava demasiado plana o que dificultava o trabalhar dos jerks maiores e os mais pequenos não chegavam onde eu queria, mesmo assim continuei a insistir até que tive um ataque e logo lhe respondi com uma ferragem poderosa que não lhe deu hipótese, seguiram-se bons momentos até o conseguir trazer para perto mas a teimosia deste peixe fez-me parecer que o velhaco estava a tentar boicotar o nosso encontro (nada disso, meteste-te comigo agora vais ter de me conhecer…😄) pouco depois com a ajuda de umas ondinhas romanticamente cedi-lhe passagem do Mar para terra firme e ali estava ele, foi uma alegria para mim pescar ao spinning pela primeira vez nesta praia e ter esta captura...

Desde o 1º dia que vi esta amostra (Ariel Killer) alguma coisa me disse que ia fazer das suas, está comigo recentemente e ainda não teve muitas oportunidades de mostrar o que realmente vale mas o tempo logo o dirá se estava certo ou errado…

A maré chegou ali a um ponto em que não conseguia mesmo trabalhar qualquer amostra como deve ser, resolvi fazer uma paragem e aproveitei para dar ao dente porque um gajo também tem de comer alguma coisa atão 😆  a seguir estiquei o esqueleto um par de horas e descansei um pouco para mais tarde voltar à carga…

Levantei-me e lavei a cara com água gelada para abrir bem a pestana e aí fui eu, os dois pescadores ainda lá estavam a olhar fixamente para as ponteiras enquanto fumavam uma cigarrada, desta vez fui para bem mais longe e comecei a lançar com a amostra que me tinha dado o primeiro peixe mas batia demasiado no fundo e resolvi mudar para a sua prima Leika Killer, pareceu-me que trabalhava um pouco melhor naquele cenário mas nada lhe tocava, por momentos cheguei a pensar (querem la ver que voltei aos cardumes de um outra vez, já não estou habituado a isso pá!!!! 😆😅

Mas estava enganado e pouco tempo depois com a amostra já quase a sair da água tive um ataque que este nem dava hipóteses de fuga e facilmente o meti em seco, quando acendi a luz constatei que parte da amostra estava dentro da boca do menino, com quase 15 anos de spinning e muitos mas muitos Robalos que eu já apanhei posso vos dizer que apenas meia-dúzia foram capturados com a amostra dentro da boca, todos os outros veem cravados por fora…

 Material utilizado:

Cana: 3 m

Carreto: 4500

Multi: 0,18

Amostras: Leika Killer + Ariel Killer (Hunthouse)


Continuei a insistir em busca do terceiro mas nada acontecia, quando dei por mim já o sol meio envergonhado espreitava a leste e naquele momento tive um ataque mas sem sucesso pois não consegui ferrar o malandro, mais alguma insistência e saiu uma baila que foi devolvida e pouco depois dei por terminada esta jornada, pois o cansaço já falava mais alto e ainda tinha a viagem de volta para fazer...

Marés de Lua aproveitei para apanhar um mariscote

Búzios para o petisco

Bom pessoal por hoje é tudo, parece que o Mar não quer deixar a malta pescar em grande parte da nossa Costa com condições que sejam minimamente aceitáveis ou do agrado do peixe, mas é ele quem manda e nós temos de nos sujeitar, ou se possível reinventar…

Haja saúde da boa e força aí...


domingo, 9 de fevereiro de 2025

Pesca molhada Pesca abençoada

“Spinning”

Comé que é pessoal Robaleiro 😊

Este ano está complicado de dominar o vício e não consigo deixar de lá ir a cada oportunidade que o Mar me oferece, há que aproveitar porque os dias já se conhecem, os passarinhos já cantam com vontade de acasalar e quando dou por mim já a primavera/verão bate à porta aqui por terras do Sul, é de um dia para o outro, mas este ano não me deixo enganar, com o passar dos anos um gajo vai ganhando calo e experiência 😉

As previsões para este final de dia eram de aguaceiros, cheguei ainda cedo par dar uma espreitadela ao pesqueiro, àquela hora já um vento húmido anunciava a chuva que se aproximava e amalhei-me um bocado na carrinha a fazer tempo, não demorou muito até ouvir os primeiros pingos a caírem no tejadilho e pouco depois já escorria água pelo vidro, quando dei por mim estava na hora de deixar a minha suíte e ir lá para fora enfrentar os elementos da Natureza, se naquele momento sabia melhor estar em casa no conforto claro que sim, mas sem espirito de sacrifício nada se consegue e nada se aprende, entrar nas redes sociais e perguntar como é e como se faz é mais fácil mas nunca foi uma opção para mim, pois acho muito mais gratificante aprender no terreno metendo as minhas ideias em prática e fazendo as minhas experiências.

Equipei-me a rigor para a chuva e fiz-me ao pesqueiro, o mar fazia uma cadência de espumas tão certinha que eu quase arriscaria a dizer que eram medidas ao cm, dediquei-me com afinco noite fora mesmo sem sentir qualquer toque a minha consciência estava tranquila, pois sabia que estava a fazer tudo bem e com bastante dedicação, só de estar ali sozinho sem ninguém por perto para mim já era bom, no meu caso o prazer de pescar descansado é mais importante do que levar peixe para casa e pescar com vizinhos ao lado principalmente se forem mal-educados…

Foi num momento de distração enquanto a chuva miúda me lavava o corta-vento que ferrei o peixe mais pequeno da jornada, para quem já ouvia o chibo a berrar atrás das costas não estava mal, mais meia dúzia de lançamentos e tive novo ataque ao qual instintivamente fiz uma ferragem forte seguida de uma recuperação rápida que trouxe o menino até aos meus pés, este um nadinha maior do que o outro, a bitola estava a subir e assim continuou, pois acho que não passaram mais de dez minutos até ter novamente outro peixe preso na ponta da linha que apesar de não ser nenhum grande mas era maior do que os outros dois e até me ofereceu um momento de boas sensações, este foi o peixe que fechou o resultado desta jornada, apesar de mais alguma insistência da minha parte a actividade desapareceu tão rápido tal como tinha aparecido, aproveitei uma pedra ainda molhada pela água da chuva para pousar os meninos para o registo fotográfico e dei assim por concluída esta jornada…

Mais um robalo com marcas de ter sito atacado por outro predador, muito possivelmente alguma anchova, tal como tinha dito há uns relatos atrás nunca tinha tido um ano de tanto peixe (robalos, douradas e bailas) com marcas de terem sido atacados por outros predadores, ainda mais essa agora também…

Material utilizado:

Cana: Hunthouse Puncture 2,73m

Carreto: 4500

Multi: 0,18

Amostra: Átila

Bom mas como um gajo tem de comer alguma coisa, logo de seguida e assim que cheguei à carrinha fiz uns ovos mal mexidos 😃 com atum e cebola para não beber o vinho às secas 😆

Búzios detectados com os pés e com água pelo peito, ou seja cada búzio desses foi um mergulho que tive que dar 😊 até parece fácil…

Novos brinquedos da marca Hunthouse para reforçar a equipa de ataque

Esta Ariel Killer acho que vai fazer estragos

E esta Atila ou muito me engano ou também vai fazer das suas

Os Robalos que se cuidem

Na semana passada fui jantar com o meu Amigo João Santana, claro que tivemos que beber uns copos de vinho e conversar de pesca.

Bom pessoal por hoje é tudo, fiquem bem e bons disparos...

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Os Filhos de Hermínia

“Surfcasting”

Boas pessoal, recentemente várias tempestades passaram pelo nosso País, as regiões norte e centro foram as mais afectadas mas também o sul do sul levou uma boa sacudidela, umas fizeram mais estragos e outras menos, mas uma coisa tiveram todas elas em comum que foram os ventos fortes acompanhados de chuva e agitação marítima bastante alterada, a tempestade Hermínia já lá vai e fez das suas, provocou alguns estragos por aí mas também teve os seus aspectos positivos como por exemplo levar nutrientes ao mar através da água da chuva que irão servir de alimento a toda uma enorme cadeia alimentar, serviu também para remexer os fundos marinhos e fazer arrumar uns peixes à costa em busca de alimento, ainda D.Hermínia não se tinha despedido e já o Sr. Ivo entrava sem pedir licença, ai estas tempestades modernas com nome e tudo mas sem educação nenhuma, já parecem a juventude de hoje em dia.

Pois é, com o Mar a mexer tinha de programar aquele que para mim seria o dia mais indicado para atacar, umas vezes acerto, outras nem por isso, faz parte. Cheguei à praia e tal como tinha previsto o vento era moderado e de um quadrante incomodativo, mas com estas condições e neste pesqueiro o peixe normalmente vem comer na beirada.

Convém fazer sempre uma leitura do mar antes de instalar o material à “papo-seco” em qualquer lugar, tenho sempre em consideração se vou pescar de vazante ou de enchente e se o mar vai subir ou descer. Para começar apanhei logo dois belos sargos, um tinha prai 70g e o outro era bem maior, talvez umas 100g, como não cabiam na geleira devolvi os dois pingalhetes 😄😄é impressionante como é que peixinhos tão pequenos conseguem engolir anzóis maiores que a sua boca…

Bom mas no meio dos pequenotes que pareciam piranhas volta e meia lá ia aparecendo um Sargo ou outro de bom tamanho para guardar, mas muito espaçadamente, quanto apanhei a Dourada confesso que não estava à espera e até pensei que fosse um Sargo daqueles velhos casmurros, logo no lançamento seguinte tive um peixe que bateu bem e que veio até meio a dar umas boas cabeçadas, mas desferrou e foi embora e aí já tive a certeza de que era outra Dourada e talvez maior que esta, deve ter vindo a palitar os dentes até meio e depois largou e foi à vida a malvada.

Ao anoitecer ainda fiz 2h e depois dei por encerrada esta jornada e levantei ferro para me ir embora, no final estes foram os filhos de Hermínia, tudo peixe de bom tamanho mas para tantas horas de pesca e insistência foram poucos, os Robalos que também eram o meu objectivo não apareceram, talvez tenham encostado no dia anterior com Mar mais forte ou andassem por outras paragens…

Também escolhi um dia para fazer uma maré e aproveitei para apanhar um mariscote, neste caso lingueirões

E uns berbigões também

Juntei os dois mariscos e fiz de cebolada para acompanhar com arroz branco e uma garrafinha de tinto, um gajo também tem de comer alguma coisa, atão 😋😆

Bom pessoal, por hoje é tudo, fiquem bem e até à próxima………