sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Quem não Arrisca não Petisca

“Surfcasting”
Boas pessoal!
Com os primeiros mares de Inverno a baterem à porta da Costa Sul as praias começam a ser “lambidas” por algumas ondulações, pena o limo que ainda continua presente em certas zonas da costa…


As primeiras chuvas do ano são sempre boas e todos os anos anseio por estas chuvadas que de uma maneira ou outra arrastam alguns nutrientes para o mar, é excelente para fazer abeirar uns peixes em certos pesqueiros e se isto tudo for acompanhado de alguma ondulação melhor ainda.
A chuva faz muita falta e principalmente aqui no Sul, a cada ano que passa é menos e mesmo assim ainda se vê por aí ignorantes que reclamam quando está um dia de chuva, pois digo a essas pessoas que chegámos a um ponto em que ninguém tem o direito de reclamar, nem com a simples e velha desculpa do (porra tinha de ser logo hoje) é que faz mesmo tanta falta que na minha opinião ninguém deve de reclamar e sim olhar para ela como uma coisa abençoada.


Bom, mas vamos lá à jornada que quase que não acontecia, não por causa da chuva que neste dia até nem foi muita (como sempre por aqui) mas sim por causa do vento, este sim era o meu inimigo nº1 para além do limo que tem permanecido na Costa.
Agora com as praias livres e limpas dos enfeites balneares, que quase metade do ano são entregues aos novos chefes do mundo e seus amigos que mandam e comandam o desenvolvimento de um turismo excessivo, agora já nesta altura do ano é mais fácil escolher uma praia para fazer uma jornada de pesca.
À última da hora lá decidi arrancar para a pesca e fiz ali duas sandes de nada com molho de coisa nenhuma para enganar o estômago e tentar fazer uns peixes durante o dia, quem não arrisca não petisca…


Posso dizer que este foi um dia com muita actividade por parte do peixe logo no início da jornada, entre Sargos e bailas muitas foram as devoluções que fui fazendo ao longo desta jornada e ao mesmo tempo tentava seleccionar uns peixes para levar para casa, decidi logo no início que bailas só levava se tivessem 30cm, como nenhuma das que apanhei tinha essa medida foram todas devolvidas embora algumas delas tivessem quase, ficam para outro dia 😉
Já os Sargos juntei 17 exemplares entre as 400 e as 800g, confesso que fiquei bastante satisfeito com o resultado desta pesca, com o que eu tenho ouvido falar por aí, acho que foi uma boa pesca…


Quando arrumo o peixe meto os maiores em baixo e os mais pequenos em cima ao contrário dos espertalhões que tapam os pequenos com os maiores.


Com a pesca já quase arrumada e com uma cana ainda montada, ao final do dia com o céu completamente encoberto lembrei-me (E se eu aguentasse aqui mais duas ou três horinhas a ver se cravo aqui um Robalo perdido) assim foi, aguentei-me ali mais 3 horinhas à espera de um velhaco que andasse por ali perdido ao entardecer, mas nada; foi em vão mas sem sentimento de culpa, porque quem não arrisca não petisca…



Nas últimas marés grandes fui ali à Ria numa manhã apanhar uns lingueirões para fazer um arrozinho 😉  


Na apanha dos lingueirões e quando passava uma regueira com água pelo joelho saiu-me um choco à frente, encurralei-o ali numa poça e joguei-lhe as garras, começava bem esta ida à maré.
No dia seguinte foi o meu almoço, o choco que me desculpe mas um gajo tem de comer alguma coisa 😋

Saúde e força aí pessoal.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Robalinho de S.Martinho

“Surfcasting”
Boas pessoal!
O frio chegou e as folhas já caíram, à medida em que o Outono se transforma no Inverno dá-me ganas de ir para a pesca e ficar por lá uns dias com ou sem peixe, pois o que eu gosto mesmo é de me sentir livre e desfrutar do contacto com a Natureza.

Parece que nos dias de hoje para se andar por certas zonas junto à Costa sem ver excesso de pessoas nas praias outrora desertas é preciso estar umas condições tipo “hardcore” como as que estiveram no dia em que fiz esta jornada.

Neste dia a exigência do mar associado às condições do pesqueiro pediam lançamentos longos, ou pelo menos eu tentava fazê-los mas nem sempre me saiam bem devido ao vento frontal que se fazia sentir, a ondulação pediu-me chumbadas de garras e eu dei-lhe, ou era isso ou então não pescava.


Foi uma jornada de pesca em que o objectivo nrº1 era relaxar dois dias e tirar algumas duvidas que pairavam na minha cabeça com um ponto de interrogação "???"
A noite apresentava-se fria e húmida, um vento moderado na cara prometia chatear-me a tempo inteiro, equipei-me a rigor para uma noite que se esperava difícil e sofrível, por vezes mesmo com chumbada de garras a força do mar arrancava a pesca do fundo e “cuspi-a” para fora, aconteceu pelo menos três vezes.

Neste dia só pesquei com uma cana porque achei que fosse melhor assim, as condições pediam atenção redobrada e pesquei apenas durante algumas horas.

Este foi o único peixe da jornada, que me deu algum trabalho e ao mesmo tempo vicio durante a sua cobrança, pois na altura em que o recuperava, um set com bastante força varreu a praia com uma forte corrente lateral obrigando-me a deslocar uns bons trinta ou quarenta metros para a esquerda a acompanhar o peixe, e quando pensava eu que o pior já tinha passado, aquela água toda escoou para fora através de um agueiro que fazia ali ao lado e o peixe aproveitou essa “boleia” claro, por momentos ainda temi o pior, pois tenho más recordações de perder peixe em condições semelhantes, com calma aguentei o velhaco e aos poucos fui diminuindo a distância que ficava entre mim e ele, quando o vi em seco foi um alívio do caraças e disse falando comigo mesmo que a pesca estava mais que feita, pois nunca pensei de apanhar um peixe bom com estas condições.

O mar deu luta mas eu não me rebaixei e quase no final da pesca tive a minha recompensa, no entanto; pouco tempo depois o mar subiu conforme as previsões anunciavam e quando a maré rodou o limo apareceu do nada e aí sim, não tive alternativa a não ser arrumar o material e ir descansar.



No dia seguinte e já ao entardecer antes de vir embora um mar violento varria literalmente a Costa tornando impraticável qualquer tipo de pesca ao nível do mar.


A última palavra cabe sempre a esta Majestosa Costa que se perde de vista no horizonte e que me faz sonhar tantas e tantas noites.



Mais uma apanha de lixo que tentava enfeitar a Natureza, uma saca cheia e mais qualquer coisa.



Hoje em dia todo o dia é dia de qualquer coisa, 90% deles passam-me ao lado, mas o dia de S.Martinho sempre gostei de celebrar com umas castanhas assadas e qualquer coisa para desembaçar, afinal de contas um gajo tem de comer alguma coisa não!!  😉

- No dia de São Martinho vai-se à adega provar o vinho.
- No dia de São Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
- Verão de São Martinho são três dias e mais um bocadinho.
- Pelo São Martinho castanhas assadas, pão e vinho.
- Óh meu São Martinho dá cá um Robalinho 😂

Saúde e força aí pessoal.